O conjunto final, consolidado pelos 44 delegados eleitos neste ciclo, traduz soluções técnicas inovadoras e viáveis para desafios reais enfrentados pelas cidades. Entre elas, está a proposta de ampliar a segurança e a durabilidade de pontes e viadutos por meio da impermeabilização obrigatória. Também foi sugerida a implantação de sistemas de iluminação e sinalização viária alimentados por energia fotovoltaica, além de levar energia limpa para escolas públicas e creches.
Outras iniciativas incluem a erradicação do descarte irregular de resíduos da construção civil, a regulamentação da responsabilidade técnica de engenheiros ambientais no licenciamento e a criação de projetos legais para créditos de carbono. Está prevista, ainda, a padronização da regulamentação da Regularização Fundiária Urbana (REURB) nos municípios, garantindo mais segurança técnica e jurídica aos processos.
Na área de engenharia pública, destacam-se iniciativas para expandir o abastecimento de água potável em regiões consolidadas e levar o conhecimento da área tecnológica e científica às escolas como instrumento de educação e valorização profissional. Todas as propostas têm como base a aplicação do conhecimento técnico aliado à responsabilidade social, reafirmando o papel estratégico da Engenharia, Agronomia e Geociências na construção de cidades mais seguras, inclusivas e sustentáveis.
Para a presidente do Crea-SP, engenheira Lígia Mackey, o protagonismo técnico precisa estar no centro da tomada de decisões: “O que começou em São Paulo, com os debates sobre cidades inteligentes, hoje inspira todo o Sistema Confea/Crea. Nosso objetivo é que os profissionais atuem como verdadeiros agentes de transformação e que possamos ser uma ferramenta efetiva de apoio à gestão pública, oferecendo soluções concretas para impulsionar o desenvolvimento das cidades”, afirmou. E complementou: “As propostas que levamos ao CNP mostram que é possível alinhar conhecimento técnico e compromisso social para gerar impacto real na vida das pessoas”, disse Lígia.
Na mesma linha, o coordenador da Comissão Organizadora Regional (COR), Eng. Alexander Ramos, reforça a importância desse processo participativo: “As discussões que realizamos nos CRPs e consolidamos no CEP são o reflexo da força coletiva da área tecnológica paulista. Ao reunir diferentes modalidades e perspectivas, conseguimos formular propostas que não apenas atendem demandas imediatas, mas também projetam soluções de longo prazo, alinhadas a um conceito moderno e sustentável de desenvolvimento urbano”, ressaltou.
Entre os delegados eleitos que seguem para o CNP, está o Eng. Arthur Ferreira, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Guarujá (AEA Guarujá), entidade que criou a proposta “Engenharia para todos: Mobilidade urbana acessível”, eleita em Acessibilidade e Mobilidade Urbana. “Pela primeira vez, os eixos temáticos focaram em áreas estratégicas alinhadas ao conceito de cidades inteligentes. Isso nos posiciona como agentes indutores de políticas públicas e parceiros da gestão pública. Temos a convicção de que unir experiência técnica, sensibilidade social e visão estratégica pode transformar o Sistema e a vida nas cidades brasileiras”, observou.
O CNP reunirá representantes de todos os estados para discutir e votar as propostas que poderão se tornar diretrizes para a atuação das profissões em âmbito nacional, nos próximos anos. O encontro será realizado em uma única etapa, nos dias 10 e 11 de outubro, na sequência da 80ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA), em Vitória, no Espírito Santo. Fonte: Crea-SP