Antes de iniciar qualquer projeto de engenharia, o projetista precisa responder ao cliente uma pergunta muito importante: “quanto isso vai custar?”. Errar essa conta é um dos maiores perigos na construção civil. Errar essa conta é um dos maiores perigos na construção civil. Se você superestimar, pode acabar perdendo o cliente e a oportunidade de trabalho. Por outro lado, se subestimar, o prejuízo é certo, comprometendo a qualidade, os prazos e, pior, sua credibilidade como profissional. Felizmente, existe o Custo Unitário Básico (CUB).
Trata-se de um indicador que serve de referência para que as propostas de engenharia sejam mais coerentes com a realidade. Mas você sabe o que fazer com essa informação? Como transformar esse conceito abstrato em um aliado indispensável? Confira neste artigo produzido pelo site Engenharia 360. O CUB foi instituído em 1964 pela lei federal nº 4591/64 e regulamentado pela Norma Técnica ABNT NBR 12.721:2006. Ele foi criado para dar mais transparência e padronização aos orçamentos, permitindo que os profissionais de engenharia tenham uma referência oficial para os custos de construção em todo o Brasil.
Esse valor, expresso em metro quadrado, abrange diferentes edificações, como residências e edifícios comerciais, e ajuda a garantir a viabilidade financeira e a execução dos projetos sem imprevistos. Frequentemente, o valor do CUB é calculado e divulgado. É importante ressaltar que o Custo Unitário Básico da construção civil varia de estado para estado, refletindo as particularidades de cada mercado regional.
Porque o CUB é importante
O CUB representa uma ferramenta fundamental para os orçamentistas de escritórios de engenharia, gestores de obras, construtoras e incorporadoras. É um aliado essencial para o sucesso financeiro e operacional dos projetos. Sua aplicação oferece diversos benefícios, como base para negociações mais justas, tomadas de decisão estratégicas, adaptação às variações do mercado, adaptação às variações do mercado, planejamento financeiro confiável e transparência nos orçamentos.
A responsabilidade legal pelo cálculo e divulgação do CUB é dos Sindicatos da Construção Civil (Sinduscon) de cada estado brasileiro. Por determinação, os indicadores devem ser publicados até o dia 5 de cada mês, seguindo rigorosamente os critérios técnicos. E é a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) que coordena todo o processo, garantindo transparência e padronização.
A melhor forma de consultar os valores atualizados do CUB é acessando os canais: site www.cub.org.br e sites oficiais do Sindicatos da Indústria da Construção Civil de cada estado, que publicam os valores mensalmente. Isso basicamente envolve a mão de obra (salários dos operários), materiais (preços dos insumos básicos, como cimento e tijolos), despesas administrativas (custos essenciais) e aluguel de equipamentos (uso de máquinas e ferramentas).
No entanto, o mesmo não inclui despesas importantes como custo do terreno, projetos complementares (arquitetônico, estrutural, entre outros), taxas e impostos, lucro da construtora (BDI), fundações especiais e obras complementares (piscinas e jardins), além de equipamentos e instalações como elevadores e ar condicionado.
CUB classifica os tipos de construção e acabamento
O mercado da arquitetura e engenharia é bastante diversificado. Por isso, para facilitar, na hora de calcular o CUB, o Sinduscon leva em consideração os modelos de projeto-padrão definidos pela ABNT. São eles: residência unifamiliar — casas térreas; residência multifamiliar — prédios residenciais populares e edifício comercial — lojas e salas comerciais.
Além disso, o índice contempla três padrões de acabamento, que afetam o custo: baixo padrão (R1-B); normal ou médio padrão (R1-N) e alto padrão (R1-A). Para dar um panorama do cenário em 2025, aqui estão alguns exemplos dos valores de CUB para fevereiro, no padrão R1-N (residência unifamiliar normal): Rio Grande do Sul: R$ 3.074,28/m² (aumento de 0,40% em fevereiro de 2025); São Paulo: R$ 2.448,39/m² (aumento de 0,06% em fevereiro de 2025); Minas Gerais: R$ 2.811,35/m² (aumento de 0,15% em fevereiro de 2025) e Rio de Janeiro: R$ 2.777,62/m² (aumento de 0,07% em fevereiro de 2025). Para conferir o valor mais atualizado do CUB, acesse: www.cub.org.br/cub-m2-estadual/
Como calcular o CUB de uma obra?
Saber o valor do Custo Unitário Básico (CUB) é só a primeira etapa do cálculo do custo de uma obra de construção civil no Brasil. Para isso, você deve procurar o site oficial do Sinduscon do seu estado e realizar a consulta mais recente dos indicadores, considerando o tipo de construção que irá executar e o padrão de acabamento.
Num segundo momento, multiplique o valor do CUB correspondente a sua região, tipo de projeto e padrão de acabamento pela área total a ser construída. Aqui vai um exemplo: imagine que você precisa erguer uma casa residencial de R$ 120 m² no estado do Rio de Janeiro. A obra está prevista para ter um padrão normal (R1-N) e o valor do custo unitário para essa categoria no mês correspondente é de R$ 2.775,75.
Área Construída x Valor do CUB Custo Básico = 120 m² x R$ 2.775,75 = R$ 333.090,00
O valor de R$ 333.090,00 é o custo básico da sua obra. No entanto, como já mencionamos, ele não é o custo final. Para obter um orçamento completo, você terá que adicionar os itens que não foram considerados no próprio cálculo inicial do CUB. Acrescente: variações nas fundações: 5% para variações nas fundações, pois o tipo de solo pode exigir ajustes; custos de projetos e documentação: Aproximadamente 7% para cobrir projetos (arquitetônico, estrutural, etc.), taxas e aprovações legais; BDI (Bonificação e Despesas Indiretas): Cerca de 30% para cobrir a administração da obra, impostos, riscos e o lucro da construtora, + o valor do terreno. Fonte:https://engenharia360.com/