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Como o uso de drones está revolucionando a construção civil?

Atualmente, a visão futurista de drones tecendo estruturas no ar saiu dos laboratórios e chegou aos canteiros de obras. Guindastes e andaimes ainda existem, mas agora, em muitas obras modernas, eles dividem espaço com enxames (swarms) de drones autônomos que constroem, inspecionam e reparam com precisão milimétrica. Ou seja, a construção civil vive sua mais radical transformação digital, e os drones são seus principais agentes.
O projeto pioneiro da Gramazio Kohler Research dos anos de 2010, em parceria com o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zürich), liderado pelo arquiteto Ammar Mirjan e pelo professor Raffaello D’Andrea, é um exemplo de investigação científica que gostaríamos de destacar neste texto. Mas agora, a tecnologia já está mais avançada e os novos modelos de drones são equipados com Inteligência Artificial (IA) avançada, sensores LiDAR e sistemas de visão computacional, que lhes permitem “enxergar” e mapear o ambiente em tempo real.
Ao invés de apenas conectar cabos, como nos experimentos iniciais, esses veículos aéreo agora manipulam uma variedade de “materiais inteligentes”. Eles imprimem estruturas em 3D com compósitos de cura rápida, posicionam vigas de aço com absoluta precisão e até soldam componentes em locais de extremo risco para seres humanos. Tudo isso é coordenado por um algoritmo central que gerencia o enxame, evitando colisões e otimizando cada movimento.

O ecossistema drone na Indústria 4.0

A função dos VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) se expandiu para um ciclo completo de trabalho, além da construção civil. Drones não apenas captam imagens, mas as analisam instantaneamente. A IA identifica trincas, falhas de concretagem, vazamentos térmicos e até calcula o volume exato de estoques de materiais, integrando-se diretamente aos sistemas de gestão (BIM) da obra.
São fundamentais para o transporte rápido e seguro de ferramentas, componentes pequenos e amostras entre diferentes pontos do canteiro, poupando tempo e esforço humano. Monitoram continuamente a obediência às normas de segurança, alertando para a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) ou a entrada em zonas de risco.
As vantagens da tecnologia dos drones se consolidaram. Tem acesso ilimitado, chegam a locais impossíveis ou perigosos, como pontes altas, taludes instáveis ou dentro de estruturas parcialmente demolidas. Precisão e velocidade: Trabalham 24/7, reduzindo prazos de projeto em até 40% e minimizando erros humanos. Economia radical: Reduzem drasticamente a necessidade de andaimes, plataformas e gruas, além de diminuírem acidentes de trabalho.

drone na construção civil
Imagem de Shalom de León em Unsplash

No entanto, os debates evoluíram: Regulamentação: A integração de swarms autônomos no espaço aéreo urbano exigiu novas e complexas leis de aviação civil e cyber-segurança; Mão de obra: Não se fala mais em “concorrência desleal”, mas em transição de habilidades. A demanda por operários deu lugar à alta procura por pilotos remotos, analistas de dados de drones e técnicos em robótica colaborativa; Privacidade e segurança: A preocupação agora é a proteção contra hackers que poderiam assumir o controle de um enxame de drones, um risco de segurança cibernética em grande escala.

Futuro entre humanos e drones

A previsão do arquiteto Ammar Mirjan, que citamos anos no início deste texto, tornou-se realidade. Em 2025, vemos que os drones não substituíram os métodos existentes – pelo menos não no Brasil -, mas tornaram-se aliados indispensáveis em muitas empreitadas de engenharia. O que acha dessa ideia? Parece que o canteiro de obras moderno é um ambiente que permite colaboração onde humanos supervisionam máquinas inteligentes, focando em tarefas complexas que exigem criatividade e tomada de decisão estratégica, enquanto os drones executam o trabalho pesado, repetitivo e perigoso. Fonte: https://engenharia360.com

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