A segunda edição do Fórum de Planejamento Urbano, foi realizada em São Roque, no sábado (22). A cidade, que fica a cerca de 70km da capital São Paulo, é um case quando se fala em cidades turísticas organizadas. A iniciativa reuniu representantes do Sistema, gestores públicos e especialistas para discutir soluções integradas que combinem desenvolvimento urbano e turismo sustentável. O evento híbrido, realizado no O Castelo, local de evento que remete às construções medievais, e agora disponível no YouTube, trouxe apresentações sobre políticas públicas, infraestrutura e estratégias para trazer qualidade de vida tanto para a população como os visitantes.
O presidente do Confea, engenheiro Vinicius Marchese, destacou a importância das abordagens desenvolvidas por especialistas nas políticas de planejamento urbano. “É essencial debater o tema de maneira técnica. E, em nome do Conselho, nossos representantes podem oferecer muito para os gestores e para a população em termos de soluções e processos. É fundamental que os projetos evoluam da teoria para a prática, e o Sistema está disponível para dar essa sustentação”, afirmou em mensagem gravada de vídeo.
Representando a presidente Eng. Lígia Mackey, a vice-presidente do Crea-SP, Eng. Agr. Marília Gregolin, falou sobre o empenho da instituição com o tema do evento e valorizou os profissionais da área tecnológica. “O Fórum é mais uma entrega importante do Conselho, e contamos com a prefeitura de São Roque, que é uma cidade representativa quando falamos em planejamento urbano. Na prática, o evento aproxima as Engenharias do poder público na busca por melhores práticas, bem como valoriza a presença dos profissionais habilitados na elaboração das soluções”, completou.
Complementando a ideia de Marília, o diretor administrativo do Crea-SP, Eng. João Bosco Nunes Romeiro, chamou a atenção para a construção de cidades inteligentes e inclusivas a partir do conhecimento de especialistas da Engenharia. “Como ensina o nosso presidente, o Vinicius (Marchese), não temos um caminho para o desenvolvimento do país sem a Engenharia. Nosso Conselho não fiscaliza o profissional, mas a profissão, garantindo a qualidade dos serviços e das obras. Por conta das demandas modernas precisamos de profissionais qualificados que entendam a necessidade da população e o nosso desafio é na criação de cidades justas, sustentáveis e com equidade territorial”, destacou.
Marcos Augusto Issa, prefeito de São Roque
Anfitrião do evento, Marcos Augusto Issa, prefeito de São Roque e historiador pela USP, apresentou o case da cidade em políticas públicas voltadas ao fomento do turismo e os investimentos regionais previstos. “Estamos mirando o futuro para que os erros dos anos 1960 e 1970 não se repitam. O planejamento urbano deve ter no centro a resiliência às mudanças climáticas, e os engenheiros são fundamentais na formulação da política pública. Tenho como premissa básica: que a cidade boa para morar é a cidade boa para se investir, e isso se reflete no turismo”, explicou, lembrando que 64% do PIB da cidade está ligado direta ou indiretamente ao setor turístico.
O Fórum contou ainda com a participação de especialistas como o geólogo Ronaldo Malheiros, mediador do painel inicial e conselheiro federal suplente por São Paulo do Confea. Ele destacou a importância fundamental da melhoria da infraestrutura no contexto do turismo e também fez coro em favor da Engenharia como instrumento de desenvolvimento.
Experiências práticas e outras ideias
Lucas Velásquez, representante de Medellin (Colômbia); o mediador professor Wilson Levy; e Jéssica Pedrosa, que falou sobre experiências de Sorocaba (SP)
Os palestrantes Jéssica Pedrosa e Lucas Velásquez trouxeram experiências de Sorocaba (SP) e Medellín (Colômbia), respectivamente, reforçando a necessidade de políticas multidisciplinares e soluções baseadas nas experiências das comunidades locais. “No turismo, é necessária uma política integrada e transversal que busque investimentos de fora do orçamento municipal. Neste sentido, montamos um banco de projetos bem estruturado e ampliamos a captação de recursos externos”, revelou Jéssica.
Já Velásquez ressaltou que as soluções precisam partir das pessoas que vivem nas comunidades. “É essencial pesquisar diversos pontos de impacto do turismo, como a capacidade de carga turística dos locais, para evitar problemas como a gentrificação – processo de revitalização urbana que leva à especulação e ao afastamento da população original – e a degradação ambiental”.
Coordenador do Comitê de Planejamento Urbano de São Roque e representante do Crea-SP localmente, o Eng. Evandro Nogueira Kaam anunciou novas iniciativas conjuntas. “Graças ao Conselho e a união entre os gestores e profissionais com foco no planejamento urbano, temos uma novidade: vamos lançar uma cartilha com as melhores práticas para disseminar entre os dirigentes das cidades”, revelou.
Também presente ao evento, o diretor geral da Mútua, Eng. Renato Arcanjo, destacou a relevância da união entre as instituições. “A possibilidade de debatermos com o poder público soluções que vão melhorar a vida de todos é fundamental. É muito bom ver esse encontro entre as entidades de classe e os gestores municipais por um bem comum”, afirmou.
Ao final, o 2º Fórum de Planejamento Urbano em São Roque consolidou a iniciativa da criação de um espaço de diálogo entre os profissionais tecnológicos, poder público e sociedade. O que reforça a Engenharia como pilar para a formulação de soluções urbanas que unem desenvolvimento, sustentabilidade e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Para conferir o evento na íntegra acesse https://youtu.be/FDnMXVvG7T4. Fonte: Crea-SP.
