Entre poesia e emoção, a arquiteta Nathália Ferreira Bussioli apresentou o seu projeto premiado internacionalmente e marcou o último dia da Conferência Internacional CAU 2025, neste sábado (6/9), ao lembrar que a arquitetura é feita de pessoas, histórias e transformação social. Natural de Monte Mor, no interior de São Paulo, Bussioli apresentou o projeto vencedor do Concurso Internacional UK Great Architecture, promovido pela Embaixada Britânica, que busca soluções sustentáveis e socialmente relevantes para as cidades da América Latina.
Inspirada em sua própria vivência em uma região constantemente marcada por enchentes, ela concebeu uma proposta inovadora: um espaço de contenção e contemplação construído em bambu e concreto, integrando comunidade, sustentabilidade e identidade cultural. O projeto, que conquistou o primeiro lugar na competição, foi além de uma solução técnica. Ele nasceu de uma dor coletiva — os alagamentos que atingem a cidade — e se transformou em possibilidade de cura urbana e social. “A comunidade precisa se ver e se sentir parte da construção, porque, quando isso acontece, o valor é incomparável”, destacou.
Durante a apresentação, Bussioli detalhou aspectos técnicos do conceito arquitetônico, explicando como a estrutura combina a leveza e a tradição do bambu com a solidez do concreto, garantindo durabilidade em áreas alagáveis. Ela mostrou como o projeto prevê espaços múltiplos, como anfiteatro, pavilhão e áreas de contemplação, sempre conectados pela ideia de integração comunitária e pela valorização da paisagem ribeirinha.
Em vários momentos da palestra, ela fez questão de ressaltar a importância dos concursos de projeto: espaços essenciais de aprendizado, experimentação e construção de identidade profissional. Representando uma nova geração de arquitetos e urbanistas, a palestrante emocionou os participantes ao compartilhar o peso e a responsabilidade de estar naquele palco, lembrando que o caminho da arquitetura é construído com persistência e sensibilidade.
A fala da arquiteta ganhou ainda mais força ao final, quando declamou um poema de própria autoria, reforçando a ideia de que a profissão vai muito além do concreto e do desenho: trata-se de transformar realidades. “Que possamos ser uma geração sensível bastante para perceber os sinais da terra que clamam, para ouvir a voz do outro que tantas vezes silencia e, com amor, reconhecer que a profissão que escolhemos cumpre um grande papel”, finalizou.
Sobre a Conferência Internacional CAU 2025
Na Conferência Internacional CAU 2025, memória, espaço e transformação se conectam para repensar o futuro da arquitetura e do urbanismo. Realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) em parceria com o American Institute of Architects (AIA) International e o AIA América Latina, o evento conta com 120 palestrantes nacionais e internacionais e recebe mais de três mil participantes.
O evento conta com apoio institucional das entidades do Colegiado das Entidades Nacionais de Arquitetura e Urbanismo (CEAU-CAU/BR): Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), a Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (FeNEA) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
A iniciativa tem patrocínio diamante da Caixa Econômica Federal (CAIXA) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); patrocínio ouro da Graphisoft Archicad, Lenovo e Total Cad; e patrocínio bronze da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), BIM Fórum Brasil, Rio Books e Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape). Conta também com a parceria da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e diversas entidades do setor. Fonte: CAU-BR.