Com apoio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), do Brasil, termina hoje em Porto Alegre o 16º Seminário Docomomo Brasil, um dos mais importantes encontros nacionais dedicados à preservação, estudo e valorização da arquitetura moderna. Com o tema “O futuro do passado: arquitetura moderna viva e urbana”, o seminário propõe reflexões sobre a permanência, a vitalidade e o papel contemporâneo da arquitetura no cenário brasileiro.
Inspirado pela ideia de que a arquitetura moderna não desapareceu nos anos 1970, mas se transformou com a diversidade, o seminário parte do entendimento de que suas obras continuam a desafiar e inspirar soluções para questões atuais, como habitabilidade, sustentabilidade, representatividade, identidade e equidade. A proposta central é examinar como essa herança arquitetônica pode orientar caminhos futuros e reafirmar a modernidade como um projeto em curso.
No evento são discutidos quase um século de produção moderna no Brasil, dos anos 1920 aos 2020, em um amplo esforço de documentação, interpretação e revisão crítica. Os debates abrangem obras intactas, restauradas ou requalificadas, projetos executados e não executados, referências patrimoniais consagradas e potenciais, obras singulares ou sistemas urbanos complexos. A abordagem comparativa, envolvendo diversas tipologias, períodos, escalas, contextos e autorias, será estruturada em sessões temáticas formadas por estudos de caso selecionados pela Comissão Científica do evento.
O evento reúne mais de 400 participantes, reforçando o papel do Docomomo Brasil, criado em 1992 no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFBA, como uma rede de pesquisa relevante para o país. A organização mantém caráter aberto e colaborativo, reunindo pesquisadores, profissionais de órgãos de preservação, arquitetos, urbanistas, engenheiros, jornalistas e demais especialistas interessados na salvaguarda do patrimônio moderno.
Desde 1995, os Seminários Docomomo Brasil constituem o principal fórum nacional de intercâmbio sobre preservação arquitetônica, urbanística e paisagística do Movimento Moderno. Suas edições impulsionam inventários, campanhas de preservação, ações contra descaracterizações, pedidos de tombamento e iniciativas de difusão cultural, e consolida uma atuação que conecta pesquisa, prática profissional e políticas de memória. Fonte: CAU-BR