Geral

USP e Caixa lançam plataforma para redução de CO₂ em empreendimentos habitacionais

A Caixa Econômica Federal e a Universidade de São Paulo (USP) anunciaram o lançamento de uma plataforma que vai mensurar a geração de carbono incorporado em empreendimentos habitacionais financiados pela instituição. O objetivo é promover a melhoria nos projetos estruturais e reduzir o consumo de materiais para a redução direta de CO₂ e dos custos de produção. Chamada de Benchmark Iterativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC), a ferramenta terá como foco inicial os projetos estruturais de empreendimentos imobiliários, em especial os vinculados ao Minha Casa, Minha Vida.
De acordo com a Caixa, o programa habitacional do governo federal, que tem a padronização como uma de suas características, oferece uma oportunidade relevante de reduzir as emissões de CO2, aumentar a qualidade das habitações e estimular a inovação tecnológica no setor da construção civil. “A ferramenta está toda orientada para ajudar os projetistas, ajudar as construtoras, a reduzirem a quantidade de materiais para fazer o edifício. E, ao reduzir a quantidade de materiais, duas coisas acontecem: primeiro, a pegada de CO₂ cai; segundo, o custo fica mais baixo. Esse é o segredo da ferramenta”, explicou o coordenador do projeto e professor da Escola Politécnica da USP, Vanderley Moacyr John.
A plataforma permite análise do impacto dos empreendimentos por tipologia construtiva, número de pavimentos, elementos construtivos, como vigas e pilares, e materiais utilizados, além de possibilitar a comparação de diferentes projetos. As comparações serão realizadas em relação às melhores práticas de mercado.
Segundo John, a caixa reopresenta 80% do mercado imobiliário, desta forma, quase todas as habitações vão passar por essa ferramenta que vai baixar a pegada de CO₂, deixando o mundo mais seguro, a um custo negativo, baixando o custo. Explicou ainda, que a entrada da Caixa transforma a pesquisa em política pública, já que a instituição é responsável por 70% do financiamento imobiliário no País. “Quando a Caixa incorpora a ferramenta em seus modelos de crédito de baixo carbono, o impacto é multiplicado em escala nacional. Quase todas as estratégias de redução de CO₂ têm um custo agregado. A BIPC, por sua vez, reduz a chamada pegada de carbono, reduzindo o custo da habitação. Isso é muito importante em um país onde uma parcela grande da população ainda não tem a sua casa”, disse.
A iniciativa pretende subsidiar as políticas habitacionais do banco com informações relacionadas à sustentabilidade de empreendimentos, além de estimular o mercado a adotar métodos sustentáveis. Na plataforma, há também uma área aberta para que o público em geral possa consultar a linha de base de carbono de diferentes tipos de construção. “A construção civil é um setor relevante da economia, que hoje responde por 10% do PIB nacional. A construção civil responde por 20 a 25% de todo o emprego gerado nesse país”, destacou o presidente da Caixa, Carlos Vieira, sobre a importância do setor. “Com essa ferramenta, nós iremos democratizar o acesso à mensuração do impacto ambiental”, concluiu.

Parcerias 
A iniciativa nasceu de um trabalho anterior do professor Ricardo França, também da Poli e titular da Cátedra Construindo o Amanhã ArcelorMittal, que já desenvolvia comparativos de consumo de materiais em projetos estruturais. Com apoio da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e do Hubic, o grupo ampliou o escopo, envolvendo especialistas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design (FAU) da USP e da Caixa Econômica Federal. Fonte: Confea

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *