Um dos países mais avançados em termos de tecnologia é a China. Ela é líder em inovação em vários setores da engenharia, como de transporte. Recentemente, chegou a lançar modelos de trens bem diferentes, como o trem sem trilhos e o trem bala de alta velocidade sobre água. O motivo da China estar investindo tanto em transporte é o compromisso em melhorar sua mobilidade urbana e interurbana. Os exemplos narrados a seguir representam um avanço significativa na tecnologia de transporte.
O Autonomous Rail Rapid Transit (ART), o novo trem sem trilhos da China, é o primeiro exemplar da categoria no mundo. Seu design, já considerado um marco na engenharia, foi desenvolvido pela empresa CRRC Corporation e promete transformar a mobilidade sustentável em Zhuzhou, na província de Hunan. O objetivo é transportar o maior número de passageiros em um único veículo para reduzir drasticamente o congestionamento na região.
O trem ART é elétrico e operado sobre trilhas pintadas nas vias ou trajetos mapeados nas estradas. Isso é possível graças a tecnologia sensorial avançada e rodas de borracha com núcleo de plástico, que permite o deslocamento de forma segura e autônoma. A princípio, a capsula – de 32 metros de comprimento e 3,75 metros de largura – é composta por três vagões, mas há um plano para expandi-la até cinco vezes em fases subsequentes do projeto.
Hoje, o Autonomous Rail Rapid Transit pode transportar até 300 passageiros por vez e percorrer 25 km após apenas 10 minutos de carregamento, atingindo uma velocidade máxima de 70 km/h. Assim seguem-se as viagens: seus sensores detectam o pavimento, coletando informações cruciais durante a viagem. E para uma cidade como Zhuzhou, com 4 milhões de habitantes, essa solução de transporte eficiente e moderna deve facilitar a mobilidade urbana.
Trem bala Maglev
Agora vamos falar sobre o novo trem bala da China, chamado de Maglev. O veículo foi lançado junto da primeira linha de alta velocidade construída sobre água. A ideia é conectar cidades costeiras, como Fuzhou, Zhangzhou e Xiamen, em uma rota de 277 km na região estratégica de Fujian, próxima a Taiwan. As operações serão controladas pela empresa estatal China Railway, que já se destaca no mercado por seus trens de velocidade máxima – cerca de 350 km/h.
A saber, a construção dessa rota por Fujian exigiu tecnologia avançada para superar desafios geográficos. Foram utilizados robôs inteligentes e materiais mais resistentes para erguer pontes e cavar túneis. Inclusive, de todo o trajeto, 20 km passa por sobre o mar. O Maglev chinês é um veículo elétrico, que não emite poluentes na atmosfera e que se move sobre um campo magnético. Tal engenharia é capaz de atingir velocidades de até 600 km/h, o que o torna o meio de transporte mais rápido do mundo, ideal para solução de transporte interurbano, conectando cidades distantes em um tempo relativamente curto.
O futuro da mobilidade na China
Sem dúvidas, o desenvolvimento tecnológico da China no setor de mobilidade não se compara a nenhum outro país do mundo, e isso não apenas em escala, mas em eficiência de custos. Só por curiosidade, vale dizer que enquanto na China o custo para construir um quilômetro de trem bala varia entre 15 e 18 milhões de euros, na Europa, o mesmo custo varia entre 22 e 34 milhões de euros. Por que essa diferença? Capacidade de mobilizar mão-de-obra e materiais mais baratos!
Agora o país entra em mais um novo capítulo desta inovação, com novo trem sem trilhos e trem bala sobre água. Pode ser que esses lançamentos inspirem novos projetos de infraestrutura em outros países, principalmente à medida que a demanda por transporte urbano e interurbano eficiente e sustentável continue a crescer. Especialmente a China, fica claro seu compromisso atual com a inovação, eficiência e sustentabilidade. Essa potência asiática deve moldar o futuro da engenharia global, com foco na redução de congestionamentos, poluição e tempo de viagem. Aliás, o retorno para um país que investe nesse tipo de modelo de transporte, os trens, é o desenvolvimento econômico por meio da facilitação do transporte de pessoas e mercadorias.
Fonte: www.engenharia360.com