O tema ‘economia’ é bastante complexo, mas todos nós deveríamos nos interessar por ele – mesmo sem muito entendimento -, considerando o impacto direto em nossas vidas. Neste artigo do Engenharia 360, alertamos para a taxa Selic ou taxa básica de juros no Brasil, que afeta demais as operações em setores como da construção civil.
A cada nova alta, profissionais e empresas de engenharia ficam apreensivos pelas mudanças, que podem comprometer planos e projetos em andamento. Mas, afinal, quais as consequências práticas das variações da Selic sobre, em especial, a construção civil? Como isso pode impactar empreendedores e consumidores.
É importante destacar que a taxa Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Trata-se de um instrumento de política, com alto impacto sobre a economia, servindo de referência para as taxas de juros praticadas por instituições financeiras em empréstimos e financiamentos. Só por esta explicação já temos um sinal de como isso mexe com os custos na construção civil, afetando o bolso tanto de quem constrói quanto de quem investe no setor.
Quando a Selic aumenta, fica mais caro financiar projetos e adquirir imóveis, comprometendo linhas de crédito, ao mesmo tempo que deixa investimentos de renda fixa mais atrativos. A saber, o aumento de juros é uma estratégia econômica para controle da inflação. O problema é que, se esse controle for demasiado, ele pode desestimular o investimento privado, gerando impactos negativos a curto e médio prazo.
Reflexos na construção civil
Historicamente, as empresas brasileiras de construção civil sempre enfrentaram grandes despesas para obter crédito de financiamento para suas operações, desde a compra de insumos, contratação de mão de obra, aquisição de maquinário e investimento em novas tecnologias. Tudo é muito caro! Esse custo – cada vez mais alto – é repassado ao consumidor.
Então, no fim das contas, acaba ficando mais complicado para quem busca adquirir um imóvel. A construção civil é um dos setores da economia mais sensíveis às oscilações da Selic, impactando diretamente no planejamento financeiro das construtoras.
Se os custos finais dos imóveis sobem, potenciais compradores acabam desestimulados, afetando toda a cadeia produtiva. O que os empresários fazem? Hesitam em iniciar novos projetos ou expandir os existentes. A incerteza (em um cenário com margens muito apertadas) resulta em um desaquecimento do mercado e diminuição gradual de ofertas de novas unidades habitacionais. Para muitos, é o adeus ao sonho da casa própria!
Materiais e mão de obra
Com a alta dos juros e o dólar valorizado, o que acontece? Todos os produtos importados e insumos essenciais para a construção civil, com seus preços atrelados ao mercado internacional, ficam mais caros. É uma dupla pressão: alta dos juros e variação cambial! De novo, lembramos que isso é repassado ao consumidor. E não se tem como garantir que, numa eventual mudança econômica, planos sejam cancelados ou até adiados.
E se há um recuo na produção de projetos e a diminuição da demanda, é óbvio que, por consequência, também haverá uma diminuição nas ofertas de empregos no setor da construção civil. É normal que as empresas, visando possíveis dificuldades financeiras, optem por cortar parte de sua força de trabalho ou até mesmo fechar as portas. Esse efeito negativo é sentido em toda a economia do país, do setor de serviços ao comércio. Portanto, não é exagero falar que, se a construção civil vai mal, todos não vão mal!
Adaptação de empresas em meio à crise
Apesar dos desafios, existem estratégias que empresas e consumidores podem adotar para mitigar os impactos da Selic: planejamento financeiro: Construtoras podem ajustar seus cronogramas e orçamentos para reduzir os efeitos do aumento dos juros; investimento em eficiência: Automatizar processos e buscar alternativas sustentáveis pode reduzir custos operacionais e atenção ao mercado: Consumidores devem pesquisar condições de financiamento e aproveitar oportunidades em momentos de queda da taxa de juros.
Futuro do Brasil
O futuro do Brasil, como do mundo inteiro, deve ser de recessão. Vários movimentos internacionais – além do nosso controle – podem impactar a inflação. Isso inclui os conflitos globais, como a guerra no Oriente Médio, e as mudanças climáticas. Infelizmente, especialistas apontam que os impactos das altas na Selic por aqui devem ser sentidos pelos próximos anos, especialmente com juros operando em alta.
O que fazer, então? Bem, o cenário exige cautela e planejamento de todos os envolvidos no setor da construção civil, sempre de olho nas decisões do Copom para programar seus projetos e investimentos. Mas vamos tentar pensar positivo e acreditar na criatividade e no poder de superação do brasileiro diante dos desafios. Quem sabe, em meio às oscilações, não podemos ter uma virada no mercado? Capacidade nós temos, basta “segurar as rédeas” e seguir o rumo certo. Fonte: https://engenharia360.com