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Covid-19: Sorocaba completa um mês sem mortes

Sorocaba atingiu ontem (15) uma meta esperada há muito tempo: um mês sem mortes por Covid-19. Durante mais de dois anos de pandemia, o mundo inteiro vivenciou emoções intensas. A dor, o luto e a angústia se tornaram presentes nos lares das famílias, principalmente daquelas que perderam alguém para o novo coronavírus, até então desconhecido para a ciência. Agora, com o abrandamento da crise sanitária, tanto a população quanto o setor de saúde se encontram em uma nova fase.

O último óbito registrado na cidade foi no dia 16 de agosto: um idoso de 94 anos, cardiopata, que não resistiu às complicações do vírus e faleceu em um hospital particular. Em Sorocaba, foram 3.191 vítimas. Entre os dias 17 de agosto e 15 de setembro, 760 pessoas foram contaminadas pelo coronavírus. Apesar disso, ninguém morreu nesse intervalo. Se comparado ao mesmo período de 2021, que contabilizou 2.184 casos, o índice de infecção pela doença caiu em 60,2%. Já no mesmo período de 2020, que teve 3.190 casos, a queda no contágio foi de 76,1%. Já em termos de letalidade, 2022 apresentou redução. Foram registradas 321 vítimas desde janeiro. O número de mortes é 42,8% menor que o de 2020, com 562 óbitos; e 86% que de 2021, com 2.307.

A diretora do Departamento Regional de Saúde (DRS) XVI, Kelly Cristiane Schettini, responsável por gerenciar Sorocaba e outros 47 municípios, atribui a diminuição de mortes e de infecções à alta cobertura vacinal, aliada ao uso de máscara e precauções básicas, como a higienização e limpeza de ambientes. Em entrevista ao jornal Cruzeiro do Sul, ela contou que quando os casos de Covid-19 começaram a surgir no mundo, a Secretaria de Saúde do Estado inicialmente fez uma ‘leitura’ do cenário, na tentativa de entender a nova situação. Quando os primeiros casos no Brasil foram notificados, a pasta realizou um mapeamento de rede para começar um trabalho de contenção junto às cidades do conjunto.

“Estava todo mundo assustado com o volume de notificações. Até então, tudo era desconhecido. Primeiramente, a rede se organizou dentro do que tinha, isso inclui leitos já existentes para receber os pacientes. Foi necessário articular estratégias com o Estado e os municípios. As medidas sanitárias foram fundamentais para que se freasse a velocidade da pandemia e assistir as pessoas dentro da rede. Onde havia possibilidade de abrir leito, foi enviado equipamentos e recursos financeiros para realizar a ampliação e oferecer assistência à população. Vários municípios tiveram de criar Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e hospitais de campanha”, relembrou. Embora a batalha tenha sido intensa, Kelly ainda não sabe mensurar a dimensão do que a Saúde enfrentou. Mesmo ‘às escuras’, ela acredita que a força daqueles que atuaram na linha de frente é consequência da perseverança enraizada em cada um, mas também contou com ajuda divina. “Somos instrumentos do papai do céu”, disse.

Embora a realidade atual seja muito mais otimista, a diretora ainda mantém olhares atentos a possíveis surtos de doenças. O foco, segundo ela, é dar atenção a enfermidades que foram deixadas em segundo plano por conta do coronavírus, como hipertensão e diabetes. Além disso, ela ainda disse que o alvoroço da pandemia ensinou que uma equipe unida pode enfrentar grandes desafios.

“É preciso que a cobertura vacinal se mantenha para que não surjam novas variantes. É um misto de alívio e preocupação com outros pacientes com outras doenças, que aguardam atendimento. Essa atenção será retomada com uma força muita intensa. Para enfrentar uma situação tão grave quanto essa na saúde pública, só trabalhando junto. Só assim a gente consegue resolver o problema da saúde no País. O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos melhores que existem. Ele funciona perfeitamente, mas é necessário foco”, finalizou.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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