Definir políticas de ação para o Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua, alinhadas aos planos de trabalho e às ações de sucesso desenvolvidas pelos programas regionais. Com esse objetivo, o Confea deu início, na tarde desta terça (7), a uma série de reuniões virtuais regionais, que terá continuidade até o próximo dia 14. Coordenada pela representante da Mútua no Comitê Gestor do Programa Confea, eng. civ. Karen Daniela Miranda, a reunião envolveu as coordenadoras dos Programas Mulher dos Creas da região Sudeste: Vanessa Lucchesi (coordenadora adjunta, representando a coordenadora Poliana Siqueira, do Crea-SP); Ariana Vieira (Crea-ES); Carmen Lucia Petraglia (Crea-RJ) e Flávia Roxin (Crea-MG).
Na sequência, haverá as reuniões do Nordeste (dia 9, sob a coordenação da presidente do Crea-AL, eng. civ. Rosa Tenório, representante do Colégio de Presidentes); do Centro-Oeste (dia 10, sob a coordenação de Gisele Gadotti, presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Agrícolas (Abeag), representante do Colégio de Entidades Nacionais); do Sul (dia 13, liderada pelo coordenador nacional das câmaras especializadas de Engenharia Química, Marino Greco) e da região Norte (dia 14, sob a coordenação da conselheira federal eng. mec. Michele Costa, representante do plenário).
Segundo a engenheira química Simone Baía, que participou da reunião ao lado dos também membros do Comitê Gestor do Programa Mulher do Confea Marino Greco, Michele Costa, Renato Muzzolon Júnior e Karen Daniela Miranda, a pauta das reuniões está relacionada a “ouvir os planos de trabalho e ações de sucesso que irão referendar, a princípio, sugestões para o Fórum do Programa Mulher na Soea (Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia)”. Com o tema “Prototipando o Futuro: Inovação Genuína e Inteligência Coletiva em Prol do Programa Mulher”, o fórum será realizado em 5 de outubro, segundo dia do evento, cuja 77ª edição será promovida em Goiânia.
“Haverá uma palestra com a facilitadora de eventos Marília Silveira. A gente está pretendendo estabelecer a política de gênero do Sistema, a partir desses debates com os Creas. Cada Crea é um mundo e pela primeira vez estamos realizando esses encontros regionais para traçar a política nacional. Estamos construindo um filtro de sucessos, sabendo que, nacionalmente, isso é muito complexo. Os Creas da região Sul, por exemplo, já têm o Programa Mulher há mais tempo. Eles têm realidades diferentes, políticas diferentes de outros Creas. É importante que o Confea entenda essas realidades”, considerou a assessora da presidência do Confea, que possui ampla atuação junto às atividades de gênero da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge).
Debate
Ao início da reunião, a engenheira civil Karen Miranda reforçou que o Comitê Gestor do Programa Mulher “quer saber um pouco sobre o plano de trabalho que vocês têm realizado. Alguns Creas estão com mais experiências que podem servir de ideias para outros regionais”, considerou. Defendendo que a primeira reunião representa um passo importante para escutar devidamente as coordenadoras, o Gerente de Relacionamentos Institucionais do Confea, eng. amb. Renato Muzzolon Júnior, apontou que “a partir desse evento, o Comitê pretende ter um diagnóstico até a Soea e depois avançar nesse programa que tem uma essência muito legal”.
Em ordem alfabética dos regionais, a coordenadora do Programa Mulher do Crea-ES descreveu as principais atividades desenvolvidas. “Estamos fazendo ‘lives’ e alguns encontros presenciais. O Crea começou algumas palestras nas faculdades, para o público geral, mas estamos tentando agora promover eventos só para mulheres, inclusive tentando levar para as escolas para mostrar que a Engenharia, a Agronomia e as Geociências não são uma área masculina, como se pensa”, disse Ariana Vieira, destacando ainda a realização de um evento híbrido no próximo dia 23, Dia Internacional da Mulher na Engenharia. Karen ponderou que “seria bom ter homens ouvindo, entender a visão deles também. É importante convidar homens em alguns eventos”.
Minicursos e canal de acolhimento
Na sequência, Flávia Roxin (Crea-MG) considerou ser importante compartilhar os trabalhos desenvolvidos. “E o que for interessante replicar em outros estados, não vejo nenhum problema em fazer um ctrl c, ctrl v”. Sobre o plano de ação do Programa no Crea-MG, informou que a gestão do Comitê Gestor acompanha o triênio da gestão do Crea. “Preparamos um plano de ação no ano passado. E a sugestão do presidente é que o Comitê Gestor permanecesse com as mesmas integrantes. Partindo desse sentimento, a gente elaborou um plano de ação para os próximos três anos, que pode ser melhorado até o final da gestão”.
Em 2022, o plano de trabalho do Comitê Gestor do Programa Mulher do Crea-MG envolve a homenagem às mulheres engenheiras, engenheiras agrônomas ou geocientistas, em 19 de novembro, no Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino. “Nesse sentido, temos valorizado a preparação de cursos profissionalizantes para graduandas. São minicursos orientativos, promovendo o empreendedorismo para as universitárias para que elas já conheçam as áreas liberais e, ao concluir os cursos, tenham possibilidade de entrar no mercado de trabalho. Porque o grande problema que a gente vê quando as profissionais se graduam é essa busca pela carteira assinada, em que elas acabam desistindo de atuar na área da engenharia. Esse é um dos motivos pelo sumiço das graduandas que não se registram no nosso Conselho”.
Flávia Roxin destacou que os minicursos serão oferecidos gratuitamente pelas integrantes do Comitê Gestor. “Quatro das integrantes estão preparando, e a gente vai estar em contato com o Colégio de Instituições de Ensino para inserir nas universidades. Já estou aplicando um deles com a Afeag Minas sobre Regularização de Imóveis. É uma forma de principalmente as engenheiras civis terem uma opção de trabalho quando se graduarem”.
Outro objetivo do Comitê Gestor do Crea-MG em 2022 é divulgar sua atuação nos colégios de entidades de classe, instituições de ensino, inspetorias, sindicatos e órgãos públicos. Em parceria com o setor de eventos e comunicação do regional e alinhadas com os setores responsáveis, a coordenadora do Programa no regional mineiro enumerou ações como a preparação de material de divulgação referente às datas significativas e a promoção de cinco eventos bimensais no interior, além de uma homenagem a uma engenheira em novembro e de um evento final em dezembro. “Nós temos a intenção de aderir ao Programa de Pró-Equidade de Gênero e Raça da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, então a gente precisa da ajuda do Comitê Nacional para que a gente consiga cumprir com essa ação”, solicitou.
A criação de um canal para amparar as funcionárias do Crea e as profissionais também está sendo conduzida em Minas Gerais. “É um canal de acolhimento, já que a gente não pode receber uma denúncia de violência porque já foge à jurisdição do Crea. Mas é um canal para orientar essa mulher que tenha sofrido alguma agressão física, psicológica ou moral para que ela possa fazer a denúncia, e, dependendo do ambiente que ela tenha sofrido a violência, cabendo um processo ético através do Sistema”, diz, considerando que o Programa busca ainda promover o aumento da participação feminina no regional, além da promoção de trabalhos junto a projetos sociais que envolvam mulheres, em torno de temáticas como a saúde da mulher, em evento promovido em março deste ano, na cidade de São Lourenço.
A promoção de encontros regionais com as profissionais registradas também está prevista. “Temos tentado fazer isso no interior, mas, por enquanto, não estamos conseguindo cumprir com esse objetivo por dificuldade de recursos”. Outro encaminhamento é a preparação de um mapeamento referente à participação feminina no Crea-MG. “A gente continua ampliando esse mapeamento”.
Engenheira do Futuro
Há 30 anos envolvida com a questão feminina no Crea-RJ, antes do Programa Mulher por meio do Comitê de Gênero e Raça, Carmen Lucia Petraglia citou a atuação do GT Mulher do Crea-RJ. “Com relação ao GT, ele não tem um prazo, e é composto por membros do conselho, diretores, com mudanças previstas na sua constituição, conforme os mandatos”, disse, antes de descrever o Plano de Ação anual desenvolvido no regional. “O Programa sempre teve a participação das funcionárias, ou seja, tem também um viés interno, tanto que o Crea já ganhou três vezes o Prêmio de Gênero e Raça da antiga secretaria de Políticas das Mulheres”, comentou, informando que, no Dia da Mulher, 8 de março, foi promovido um diálogo com as funcionárias, em uma programação que se estendeu com um debate institucional junto ao Conselho Estadual de Defesa da Mulher (Cedim) e outras entidades.
Entre os destaques apontados por ela para o plano de trabalho deste ano, está a integração, em 2019, ao programa Engenheira do Futuro, promovido junto à Universidade Federal Fluminense e do Cedim. “O objetivo é que as estudantes do nível básico conheçam as atividades da área tecnológica. Foi um sucesso, e mesmo em 2020, identificamos que os meninos também queriam participar do programa, mas infelizmente com a pandemia isso paralisou. Estamos retomando e pode ser que a gente adote também esse programa esse ano”.
Outro processo é o projeto de pesquisa sobre as dificuldades da atuação profissional feminina. “Mas, conversando com profissionais da área de pesquisas, concluímos que, no Sistema, no nosso cadastro, já tínhamos muitas informações. E aí resolvemos, antes da pesquisa, fazer uma análise do banco de dados do Crea. E essa análise, respeitando a Lei Geral de Processamento de Dados, seria relacionada às questões da atuação profissional. E a pesquisadora nos entregou os primeiros dados que são muito interessantes e que serão divulgados em breve, com informações sobre formação, faixa etária e outras informações importantíssimas, só utilizando o banco de dados do cadastro”.
Agora, o Crea-RJ pretende fazer grupos focais para aprofundar esses dados relativos à atuação profissional. “Depois, vamos partir para preparar uma pesquisa para obter os dados que a gente não conseguir com os dados cadastrais e com esses grupos focais”, afirmou Carmen Lucia, informando ainda que o Programa Mulher do Crea-RJ está trabalhando uma proposta a ser encaminhada ao Congresso Estadual de Profissionais (CEP) para instituir prêmios para trabalhos de conclusão de cursos de graduação e pós-graduação sobre a participação feminina no Conselho.
Cartilhas e representatividade
Um extenso rol de atividades previstas no plano de trabalho foi relacionado em seguida pela eng. civ. Vanessa Lucchesi, coordenadora-adjunta do Programa Mulher do Crea-SP. Formado por oito mulheres, o grupo publicou sua primeira cartilha, em formato digital, em 2021, com apoio da área de comunicação do Crea. “Ela abordou aspectos como: o mercado e suas diferenças, como o Crea pode ajudar, novos passos e fundamentos para a caminhada. Cada uma fez a sua pesquisa, e a gente se encontrava e levava o trabalho para todas, depois fomos refinando até virar uma cartilha. Fizemos eventos ao longo do ano e no final do ano lançamos a cartilha para 500 mulheres, não só engenheiras, e que trouxeram a suas histórias, inclusive sobre a troca de áreas na engenharia. Esse ano, na próxima cartilha, estamos pesquisando como apoiar as profissionais, vamos indicar onde elas vão ter apoio, desde instituições para deixar o filho, a denúncias de assédio e violência”.
Construir uma história da representatividade feminina no Sistema também é uma das preocupações do Programa Mulher no Crea-SP. Para isso, estão previstas ações relacionadas a reconhecimento de empresas com lideranças femininas; criação de um banco de currículos de mulheres no Sistema; realização de palestras em instituições de ensino e entidades de classe; criação de comissões de mulheres em associações; desenvolvimento de campanhas de saúde feminina, em eventos no mês de outubro, e apresentação de eventos do Sistema.
Vanessa informou ainda que o Crea-SP realizou eventos ao longo do mês de março, e em 23 de junho, haverá outro alusivo ao Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. “O nosso Programa está bem estruturado, está sendo bem conduzido junto às 12 uniões que reúnem 180 associações no Estado. Estamos visitando as uniões e promovendo eventos nesses locais, abrindo portas de trabalho e, no final do ano, vamos promover um evento para 500 mulheres, assim como agora no dia 23 também, com homenagens a mulheres, depoimentos. Ano passado, levantamos o cenário atual da presença feminina no Conselho com indicadores sobre as funcionárias e gestoras. Paralelamente, mapeamos, diagnosticamos cenários da participação nas profissões fiscalizadas pelo Conselho. Fizemos a identificação de possíveis casos de vulnerabilidade, com a implantação de uma rede de apoio, promoção de oficinas de capacitação de lideranças e de palestras de conscientização, além de buscar a aproximação das mulheres jovens do conselho. Trazer novas profissionais, aumentar a representatividade e contribuições para a equidade salarial também estão entre os nossos objetivos”.
A coordenadora da reunião destacou a estruturação dos comitês da região Sudeste. “A gente percebe que há uma luta pela inserção feminina. A cartilha nacional do Programa Mulher vem para dar esse incentivo. Acho que essa primeira reunião pode ser um modelo para ideias. Lógico que vai ser difícil implementar em outros regionais, mas há ideias que dá para fazer uma unificação, como essas pesquisas que a Carmen e a Vanessa falaram”, ressaltou.
Karen Miranda apontou ainda que a coordenadora do Programa Mulher no Crea-BA, Ruth Carvalhal, está incentivando a participação feminina como delegadas do Congresso Nacional de Profissionais. “Acho que a gente deve incentivar essa participação, que deu muito certo no outro CNP. Apenas mostrando que esses espaços de lideranças podem ser ocupados pelas mulheres, já incentiva muito”, disse Karen Daniela, destacando que “as profissões das Engenharias, Agronomia e Geociências têm essa vantagem da capacidade de empreendedorismo” e passando em seguida às discussões sobre as ações que poderiam ser difundidas em nível nacional.
Ações de sucesso
Ariana Vieira (Crea-ES) descreveu que a maioria das ‘lives’ promovidas pelo Comitê Gestor do Programa Mulher no estado é voltada para a engenharia. “Mas houve dois eventos com palestrantes não engenheiras sobre saúde que a gente achou muito interessante, em formato híbrido. Um com uma médica, em outubro do ano passado, sobre a saúde feminina. E, no Dia da Mulher, outro sobre saúde mental com uma psicóloga e que contou a participação de alguns homens. Sempre que a gente tem alguma ação voltada à mulher, a gente aproveita para envolver o Programa”, diz. Karen Daniela considerou essa iniciativa “interessante para a humanização da profissão”, acrescentando a existência de linhas de crédito da Mútua para a elaboração de cartilhas e ainda para a realização de eventos, por meio do Programa Divulga Mútua. “Você faz um plano de trabalho junto ao Programa Mulher e pode solicitar esses recursos junto à Mútua”, convidou.
A iniciativa da Caixa de Assistências aos Profissionais do Sistema foi saudada pela coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher no Crea-MG. “Essa divulgação da Mútua foi o ‘top’ da reunião”, comentou, com o apoio descontraído das colegas. Em seguida, Flávia Roxin enumerou a realização de um evento, em dezembro, com profissionais da engenharia e de outras áreas, reunindo uma inspetora, procuradoras de justiça e uma deputada. “Achamos importante mostrar que as dificuldades enfrentadas não são apenas na nossa área de atuação”, disse, informando que ainda para esse ano estão previstos eventos com convidadas que não são da engenharia, abordando, temas como a saúde da mulher.
O intercâmbio com profissionais e estudantes de Zootecnia de São João Del Rey, envolvendo agricultoras e produtoras de leite da região, também foi uma das ações relacionadas por Flávia Roxin. “As pessoas percebem que o machismo ainda é muito grande, mas, mesmo assim, elas conseguem realizar o trabalho. A gente está nessa pegada de eventos mais sociais para trazer novas realidades e promover outras visões, não só para as mulheres. Além disso, já realizamos o primeiro minicurso com estudantes, inclusive da Arquitetura e do Direito. Acredito que esse minicurso presencial vai ser um projeto que tem tudo para dar certo para as meninas terem uma visão mais ampla da sua atuação”, disse.
A integração do Programa Mulher ao dia a dia das funcionárias vem sendo um dos méritos da atuação no Crea-RJ, inclusive no cenário da pandemia de covid-19. Foi constatado, segundo Carmen Lucia Petraglia, que mais de 60% dos cargos de liderança do Crea-RJ estão sendo ocupados por mulheres. “O Programa Mulher sempre teve a adesão das funcionárias, até porque ele sempre teve o viés de envolver as funcionárias. Como a pandemia, a gente ficou um pouco mais afastada, mas a gente tem que retomar. É algo que a gente pode replicar porque acredito que gente tenha que começar a atuar na casa da gente”.
Outro destaque enumerado por ela é o Engenheira do Futuro. “Esse nosso trabalho é projetado para as meninas de sete a 14 anos do curso fundamental de escolas públicas. Nessa idade é que se começa a dizer que ‘menina não faz Exatas’. Ainda existe isso. E a gente achou importante tentar reverter isso. Mas é um trabalho que tem uma metodologia específica, não pode ser uma atividade feita por leigo, por isso, tem o apoio do Cedim e da UFF. Está sendo retomado esse ano. A gente apoia essas ações, mesmo que não seja um projeto apenas do Crea. Acredito que podemos articular para disseminar essas experiências”. A coordenadora da reunião considerou que o projeto “realmente é uma semente para o futuro”.
Os eventos sobre tecnologia e saúde, com até três palestras mensais, e o levantamento do quantitativo de profissionais, envolvendo inclusive as que estão fora do Conselho, foram algumas das realizações destacadas pelo Crea-SP. “Incentivamos levar para os Creas o banco de currículo que estará na página do Crea. Também incentivamos o uso de tecnologia para setorizar mais, já que daqui a dois, três anos, o uso de tecnologia será muito importante para as profissionais.
No momento, essa nossa ação será junto às universidades e às associações para irmos crescendo passo a passo. Também a questão do apoio à profissional em que estamos trabalhando uma segunda etapa para mostrar onde a profissional possa obter ajuda. Também achamos importante incentivar a ida a instituições de ensino e associações para divulgar o nosso trabalho, vagas de emprego, fazer essa ligação entre as mulheres e as empresas, inclusive colocando isso no site do Crea. Em relação à Engenharia do Futuro, estamos trabalhando bastante a relação das mulheres com as Cidades Inteligentes. Acho que a gente poderia fazer algo para que todas levassem ao Fórum na Soea algo a respeito para sair uma cartilha geral, mas com bastante objetividade”, descreveu e sugeriu Vanessa Lucchesi.
Balanço rumo à Soea
No balanço da reunião, Karen Miranda considerou que a proposta das reuniões é justamente entender como está o andamento das atividades em cada região. “Vocês têm muitas ações, mas outros regionais têm mais dificuldades. Então, a gente está fazendo um balizamento das ações. Lógico que não vamos poder fazer um equilíbrio de ações, pois cada Crea tem sua autonomia, mas a gente quer dar o apoio”, comentou, colocando o Comitê Gestor do Programa Mulher no Confea à disposição.
“E a gente tem uma ajuda por meio do Divulga Mútua para ter ações que podem dar certo, mesmo que mais em uma região do que em outras. A gente olha muito pelo lado social, a gente quer que as profissionais cresçam e vejam que é possível fazer muitas coisas. Essas experiências de vocês voltadas para o futuro, essa semente tem que ser colocada a nosso favor. A Mútua também está fazendo iniciativas que estão trazendo as mulheres para as entidades e para o Sistema, utilizando a Business Inteligence para apurar onde estão os profissionais por Estado para a gente atuar com mais efetividade nesses locais. E essa troca de experiências entre vocês é muito interessante. Apesar de a gente saber que tem machismo, que ainda tem muita coisa que a gente tem que combater, a gente está vendo atuações femininas interessantes com muitos olhares humanos”, disse, lembrando ainda que está em proposta a ser debatida pelo plenário do Confea o Auxílio Maternidade de até três salários mínimos mensais durante seis meses, a ser também disponibilizado pela Mútua para profissionais com mais de um ano de registro na entidade.
Ao abordar o Fórum do Programa Mulher na Soea, Renato Muzzolon Júnior informou que ele ainda não tem um formato definido. “Esse evento regional online é uma caixa de sugestões para que a gente construa o que a gente precisa debater até outubro para colocar lá. Nesse momento, a gente está mais escutando. E se a gente entender que haverá uma discussão produtiva no Fórum, a gente pode ter o evento em dois períodos, conforme a pauta definida pelas coordenadoras”, disse, lembrando que a Soea estará integrada ao Congresso Nacional de Profissionais ao qual o Confea também estará aberto a sugestões das coordenadoras, abordando o desenvolvimento nacional dentro dos eixos atuação profissional, inovação tecnológica e infraestrutura. “Esse bate-papo, essa chuva de ideias é muito importante porque tudo é muito novo, e escutar essas sugestões de vocês é muito importante para a gente”, acrescentou.
Simone Baía considerou que o Fórum está em construção, mas que ele tem que se adequar à temática geral da Soea (“Tecnologia, sustentabilidade e responsabilidade social para o desenvolvimento nacional”) e envolver ainda as políticas públicas para as mulheres. “Claro que a gente sabe que essas políticas são um tema bastante abrangente, por isso nós estamos fazendo essas discussões, para definir esse recorte da melhor maneira possível. Podem ser temas das cidades inteligentes, de que a Vanessa comentou, às políticas das engenheiras do futuro, que a Carmen tratou. A contribuição de vocês vai ser muito visível no futuro em termos de políticas de gênero no Sistema”, disse, considerando a necessidade de o Programa Mulher do Confea estar cada vez mais próximo das experiências regionais.
Ao comentar a possibilidade de debate no Fórum do Programa Mulher na Soea, Vanessa Lucchesi destacou a importância de ampliar o debate sobre novas tecnologias. “As futuras profissionais que estão na universidade estão vivenciando este momento. Mas nós temos diversas profissionais que não têm acesso a essas discussões e estão defasadas devido à distância com a tecnologia que cada dia avança mais”, disse. Para dar conta desse desafio, a realização de cursos efetivos para a atualização profissional foi incentivada pela integrante do Programa Mulher no Crea-SP. “Lógico que você dando uma atualizada no mercado de trabalho, você vai abrindo mais portas”, disse, ressaltando a importância do uso do banco de dados dos Creas com dados das profissionais.
Flávia Roxin acrescentou que atua também junto ao grupo denominado “Ingenieras Luso-Hispánicas”, desde 2020, representando a Associação Feminina de Engenharia, Agronomia e Geociências (Afeag). Segundo ela, trata-se de um projeto idealizado pela vice-presidente da Ordem de Engenheiros de Portugal, Lídia Santiago, voltado ao protagonismo feminino para ser aplicado de forma conjunta entre os 15 países participantes e junto ao Programa Mulher “para que a gente consiga alcançar, em 2024, o Ano da Igualdade de Gênero, proposto para acontecer em Portugal, atendendo o ODS 5 (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável).
Acredito que seria interessante levar isso como pauta para o Fórum, implementando ‘kits’ de iniciativas de engenheiras desses países, em vários níveis, desde o ensino secundário, que também está no nosso plano de ação, a exemplo do Crea-RJ, e ainda junto ao ensino superior, nas empresas, associações empresariais e junto ao poder político”. Ela informou ainda que o Comitê Gestor do Programa Mulher do Crea-MG, com 18 componentes, inclusive funcionários, está alinhando também seu regimento interno. Apresentação de casos de sucesso dos regionais e palestras ou lançamentos de livros foram outros aspectos sugeridos por Carmen Petraglia para a programação do Fórum. “Fazendo um retrospecto, mas também falando do futuro, com pessoas de todo o Brasil participando”, disse.
Secretário do Programa Mulher do Confea, Renato Muzzolon Júnior recebeu bem as sugestões do Creas do Sudeste e considerou que o programa ainda é muito novo na história do Sistema e está sendo construído a várias mãos. “Estamos pensando no fórum em Goiânia, ouvindo de forma democrática, desconfigurando qualquer imagem possível e valorizando vocês que estão na base para que seja construtivo e tenha a inserção de vocês”. “Achei as questões maravilhosas. Vocês elucidaram algumas coisas dos planos de trabalho das nossas câmaras regionais. Fiz todas as anotações e é mais do que nunca uma alegria estar neste comitê gestor representando as coordenadorias das câmaras especializadas. Nossas ideias têm que partir deste grupo”, disse Marino Greco. Segundo Karen, “a cria está em crescimento, e dá um alento perceber que está dando certo, inclusive incentivando outras meninas a ocuparem seus espaços de liderança no futuro”.
Fonte: Confea