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Desde 2010 Sorocaba ganhou 137 mil habitantes

Com o total de 723.574 moradores, Sorocaba teve o maior crescimento populacional em números absolutos (136.949 habitantes a mais nos últimos 12 anos), na comparação com as décadas anteriores. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) consideram desde o censo de 1970. Conforme o Censo 2022, a cidade cresceu, de 2010 a 2022, a uma média anual de 11,4 mil pessoas.

Um dos principais motivos para esse aumento populacional expressivo é o desenvolvimento econômico, que trouxe mais indústrias, empresas, serviços e, consequentemente, maior geração de empregos e novos moradores. Porém, é preciso atenção do poder público para evitar que a cidade cresça sem organização e infraestrutura adequada, sob risco de comprometer sua qualidade de vida, alerta o economista Flávio Luciano Fávero.

De acordo com os dados do IBGE, no Censo 1970 Sorocaba tinha somente 175.671 habitantes e 10 anos depois (Censo de 1980) subiu para 269.888 pessoas, ou seja, 94.217 a mais. O que representa um aumento de 53,63%. Na década seguinte, o Censo 1991 apontou que a cidade passou para o total de 379.006 habitantes, isto é, aumento de 109.118 moradores a mais (40,43%).

Já o Censo 2000 mostrou que Sorocaba tinha chegado ao total de 493.468 pessoas, o que significa um aumento de 114.462 habitantes a mais (30,20%). Na década seguinte, o Censo 2010 apontou população total de 586.625, ou seja, 93.157 moradores a mais (18,87%). Finalmente, o Censo 2022 revelou o maior crescimento em números absolutos em relação ao levantamento anterior, com o total de 723.574 habitantes — isto é, aumento de 136. 949 pessoas a mais (23,34%).

De acordo com o IBGE, como os dados preliminares do Censo 2022 foram divulgados no fim do mês passado, “atualmente não há elementos para justificar o aumento ou redução da população dos municípios”. “Somente após a divulgação dos dados de migração e fecundidade teremos condições de fazer essa análise”, informa o órgão federal responsável pelo Censo Demográfico.

A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano de Sorocaba diz que “com o crescimento populacional e econômico, a cidade também precisa estar preparada para novas demandas que proporcionalmente surgem”. A pasta municipal informa ainda que “são necessários investimentos em infraestrutura, saneamento básico, novas moradias, além da ampliação da oferta dos serviços públicos, isso tudo aliado a um desenvolvimento sustentável”.

O secretário da pasta, Glauco Fogaça, salienta que “é fundamental que esse crescimento integral da cidade seja feito com políticas públicas adequadas de desenvolvimento urbano, assegurando, além de um progresso planejado e estruturado, cuidados ambientais necessários”.

Crescimento deve continuar

Para o economista Flávio Luciano Fávero, professor de Finanças e Educação Financeira, o desenvolvimento econômico de Sorocaba deverá continuar e, consequentemente, atrair mais pessoas que fogem dos grandes centros e buscam por mais qualidade de vida. Porém, ele alerta que é preciso fazer a “lição de casa”: “Obviamente, crescimento sem organização é o caos”, diz. “E aí a cidade perde o que tem de melhor, que é a qualidade de vida”, acrescenta.

Fávero afirma que Sorocaba já estava se preparando para crescer com uma concentração de indústrias e empresas sistemistas, o que acaba gerando mais empregos e mais habitantes. “Claro que isso atrai mais pessoas, pois elas costumam fugir dos grandes centros urbanos. Sorocaba, por exemplo, pela proximidade com a capital paulista, acaba atraindo pessoas de lá, de outras regiões do Estado e também estrangeiros, por conta das multinacionais. Elas buscam mais qualidade de vida e encontram aqui preços mais acessíveis, principalmente em relação aos altos custos de vida em São Paulo, como habitação por exemplo.”.

O economista disse ainda que a cidade continua a se desenvolver com foco no setor industrial e de serviços. “Esse é o lado positivo do crescimento econômico, que aumenta a renda per capita na cidade”, diz.

Fávero aponta ainda a preocupação com o aumento populacional quando ele ocorre sem organização. “A questão negativa do desenvolvimento econômico é o crescimento da cidade não acompanhar a infraestrutura adequada. Estamos vendo um boom imobiliário muito grande em Sorocaba, principalmente de prédios, mas as pessoas não estão vendo a contrapartida disso, porque esse crescimento imobiliário não está acompanhando a questão da infraestrutura. A gente já percebe isso no bairro Campolim, por exemplo, na divisa com Votorantim. Há pessoas que moram em Votorantim e trabalham em Sorocaba e vice-versa, e isso reflete na infraestrutura dos dois municípios. Os lagos do Parque Campolim já estão poluídos e de onde vem isso?”, indaga o economista.

Ele aponta, ainda, que o crescimento de Sorocaba e das cidades próximas também precisa ser pensado de forma conjunta, ou seja, que os municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) também precisam se desenvolver. “O poder público precisa estar atento a todas essas questões e buscar verbas para oferecer infraestrutura adequada para que a qualidade de vida dos moradores não seja afetada. E se não houver recursos públicos, que seja por meio de parceiras público-privadas (PPPs). E os empreendimentos imobiliários precisam dar uma contrapartida para a cidade, pois crescimento sem organização vira os caos”, alerta.

Não responderam

Segundo o IBGE, 12,45% das entrevistas do Censo 2022 em Sorocaba não foram respondidas. Porém, o órgão federal informa que os domicílios que não responderam ao levantamento demográfico na cidade não influenciaram no total da população porque “seus dados são estimados estatisticamente seguindo metodologia recomendada internacionalmente”, ressalta.

Ainda de acordo com o IBGE, as taxas de não resposta ao Censo 2022 em Sorocaba tiveram as seguintes justificativas: 2,45% de recusa), 5,25% de moradores ausentes e 4,75% de moradores que solicitaram responder pela internet mas não o fizeram. ]

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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