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Engenheiros sorocabanos debatem uso de embalagem descartável

Dois engenheiros ambientais, formados pela Unesp Sorocaba, estão no centro de discussões nacionais sobre o consumo excessivo de embalagens descartáveis, em especial as feitas de material plástico. Somente no setor de delivery, o aumento no consumo de plástico foi de 46,1% de 2019 a 2021, segundo o estudo da Organização Não Governamental (ONG) Oceana, da qual Lara Sant’anna Iwanicki é gerente de campanhas. O aumento foi alavancado principalmente pela pandemia da Covid-19. Já André Luís Borges dos Santos é o engenheiro ambiental responsável pela área de sustentabilidade do IFood, empresa do setor de delivery.

Na empresa, Borges dos Santos há um ano vem buscando convencer os restaurantes parceiros a oferecer aos clientes a opção de não pedir itens de plástico descartáveis, como canudos, talheres e copos. Outra ação da empresa é auxiliar os restaurantes no oferecimento de itens mais sustentáveis em termos ambientais. Em Sorocaba, a lei que proibiu o uso de embalagens de isopor completa dois anos neste mês e prevê multa para quem não cumprir. A lei proíbe o uso das embalagens de poliestireno expandido por padarias, lanchonetes, delivery e empresas similares. A medida é prevista no Decreto 25.887, de 10 de setembro de 2020, que regulamenta a lei 11.927, de 27 de março de 2019. Segundo a Prefeitura de Sorocaba, a Vigilância Sanitária Municipal (Visa) é a responsável pela fiscalização.

A atual gestão municipal informa ainda que a referida lei segue em vigor. “Durante as inspeções realizadas pela Vigilância Sanitária, em busca ativa ou mediante denúncia, são feitas orientações para a troca dos materiais com isopor por embalagens biodegradáveis. Alguns locais que ainda possuem esses materiais, devido a estoque anterior, já estão efetuando a substituição. Em todas as inspeções, os estabelecimentos são verificados e orientados. Não há registro de autuação”, ressalta.

Redução do consumo de plástico

No mês passado, o trabalho dos engenheiros ambientais foi destaque no Jornal da Unesp. Eles abordam também como a pressão da sociedade intensifica a demanda por negócios cada vez mais sustentáveis, e como ONGs e empresas acenam com novas possibilidades e encargos para profissionais com formação em engenharia ambiental.

Para o coordenador do Curso de Engenharia Ambiental da Unesp Sorocaba, professor Alexandre Marco da Silva, se alguns anos atrás a atuação do engenheiro ambiental tinha como foco principal a análise e o diagnóstico ambientais, avaliando os impactos do setor produtivo sobre o meio ambiente, atualmente o escopo de atuação se ampliou. “Cada vez mais, os engenheiros ambientais têm sido requisitados a apresentar soluções para estes problemas”, ressalta.

De acordo com dados da ONG Oceana, com a explosão do serviço de entregas de comida durante a pandemia, cresceu também o uso das embalagens plásticas, das quais 44% são de uso único, ou seja, são usadas apenas uma vez e em seguida descartadas.

Além disso, o consumo de plástico neste setor passou de cerca de 17 mil toneladas em 2019 para 25 mil toneladas em 2021, um salto de 46%. Isso significa que, apenas no ano de 2021, foram consumidas 68 toneladas de plástico descartável por dia, ou 2,8 toneladas por hora. O levantamento foi feito com dados do Sistema Brasileiro de Estatísticas, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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