Magic Dal e a infinita beleza da matemática

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Magic Dal e a infinita beleza da matemática

Por: Mário Sérgio Killian

Numa época de grande desenvolvimento urbano, uma cidade do interior de São Paulo, abrigava entre seus moradores, uma figura humana que ali viveu e trabalhou, uma grande personalidade, possuidor de diversas habilidades não muito comuns. Contador de histórias, escritas por mãos habilidosas, autor de livros e de inúmeras crônicas, engenheiro civil formado pela USP/Politécnica, professor, consultor em transportes, poliglota e apaixonado por matemática e ciência.

Os que puderam, mesmo que por períodos curtos ou intercalados, conviver com ele, foram beneficiados pelos seus ensinamentos, pois, essa era uma, entre tantas, das suas maiores virtudes: ensinar. Cada momento, encontro ou história repartida, era repleto de ensinamentos, pois gostava e fazia questão de transmitir. Muitas histórias são contadas em seu livro, escrito com outros companheiros de estudo, as quais vale a pena serem lidas.

Tinha muitos amigos, mas um deles era especial, contemporâneo, parceiro nos estudos, esportes e na convivência, o qual constantemente aparece em seus textos. Grande amigo e muito popular também, formado na mesma profissão e morador da mesma república de estudante da Poli, para alguns, conhecido como Moko, para outros, Yabiku.

Seus livros e escritos matemáticos até hoje encantam, desafiam a inteligência, produzem conhecimento, alegram e cativam, tornando essa grande ciência em algo deleitoso, mesmo para aqueles que, erroneamente, acham a matemática “chata”, ou outros que a consideram incompreensível. Tal personalidade, viveu pesquisando, tentando e encontrando explicações para problemas matemáticos e transmitindo de forma mais entendível para seus seguidores e admiradores.

De forma crítica, porém afável, analisava e comentava sobre todos os assuntos, opinando e posicionando-se de forma clara e honesta, para pensar e analisar, algo raro. Seus números e desafios integram o imaginário de seus amigos, constroem interações, ajudam o pensamento, reformulam ideias, parecendo vivos, mesmo estando guardados em uma estante, muito provavelmente por terem sido concebidos para divertir, informar, desafiar e permanecer.

Em suas obras encontram-se explicações, por exemplo, que a palavra cálculo vem do latim calculus, que quer dizer pedrinhas, que o zero veio de sifir ou zephirus da obra de Fibonacci. Também explana que o sistema decimal foi consagrado pelo fato de termos 10 dedos nas mãos. Descreve sobre trabalhos e descobertas de Euler, Fibonacci, sobre o número de ouro, Pitágoras e inúmeros outros talentosos que colaboraram para o conhecimento humano.

Considerava a matemática possuidora de infinita beleza. Em uma das conversas com diretores da AEASMS, em sua recuperação de uma cirurgia, explanou sobre os sólidos platônicos, materializado posteriormente em um monumento na Universidade de Sorocaba (Uniso), carinhosamente autorizado pela Reitoria, construído e acolhido como um troféu, um dos seus últimos desejos, homenagem à matemática, aos matemáticos e a todos que dela se utilizam.

Associado e fundador da AEASMS, colunista imortal, gostava muito de astronomia, considerando belíssimo o título do livro de Galileu: O mensageiro das estrelas. Também gostava de calcular, como seu personagem favorito que deu impulso ao assunto, criado por Malba Tahan, engenheiro civil brasileiro (por incrível que pareça).

Certa vez escreveu: “que falta faz o velho Bad!” referindo-se ao amigo politécnico e professor Baddini, que havia partido desta dimensão. Em suas matemágicas, explana sobre os segredos do mundo e por que não, também agora, mensageiro das estrelas, conhecendo melhor os segredos do mundo.

Que falta faz o velho Dal! Magic Dal!

 

Mário Sérgio Killian é engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, diretor administrativo da AEASMS e professor da Uniso.

 

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