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Método inovador melhora o desempenho mecânico e a durabilidade do concreto em até 100%

Mehdi Khanzadeh, professor assistente na Universidade de Temple, localizada na cidade da Filadélfia, na Pensilvânia (EUA), desenvolveu uma nova técnica capaz de melhorar significativamente o desempenho e a durabilidade do concreto. O método pode aumentar sua resistência em até 100% em relação aos materiais convencionais, trazendo avanços para a construção civil e infraestrutura urbana.
O concreto é um dos materiais mais usados no mundo. Também é um dos que mais poluem. Só a produção de cimento responde por 8% das emissões globais de CO₂. Diante desse cenário, um professor de engenharia dos Estados Unidos apresentou uma nova alternativa. A proposta é promissora e pode mudar como o concreto é produzido e usado em construções.
Esse processo aumenta a profundidade de carbonatação no concreto. E isso tem um efeito direto: melhora a resistência e a durabilidade do material. Os primeiros testes mostraram que o novo concreto é entre 80% e 100% mais resistente do que os materiais usados hoje. Isso representa um salto importante, especialmente para aplicações em estruturas que precisam aguentar peso, como vigas e colunas.

Como funciona o novo método

O processo criado por Khanzadeh usa hidrogéis com soluções enzimáticas. Esses elementos ajudam o gás carbônico a penetrar melhor no concreto. O resultado é uma carbonatação mais profunda e uniforme. Isso é importante porque, até agora, o chamado concreto carbonatável era usado quase só em blocos de vedação, como os blocos CMU.

Mehdi Khanzadeh, professor assistente na Universidade de Temple

Esses blocos não fazem parte da estrutura de carga dos prédios. Eles são usados apenas como divisórias ou paredes externas. O motivo dessa limitação era claro: o concreto carbonatável atual não tinha força suficiente para ser usado em elementos estruturais. Agora, com esse novo método, isso pode mudar.
Além da cura com CO₂, o novo concreto usa um tipo especial de cimento. Esse cimento tem uma pegada de carbono menor. Ele emite menos CO₂ na hora da fabricação e exige menos energia no processo. Ou seja, a inovação começa antes mesmo do uso do concreto. Desde a produção, já há uma redução nas emissões. E depois, durante a cura, o material ainda capta mais CO₂ da atmosfera. Essa soma de fatores aponta para um caminho mais sustentável. Um concreto que não apenas polui menos, mas que também ajuda a capturar gases de efeito estufa.

Pesquisas em andamento

A pesquisa começou em 2021. Primeiro, com misturas simples. Depois, Khanzadeh passou para o uso em morteros mais complexos. Em 2024, ele recebeu um importante reconhecimento: o prêmio NSF CAREER Award. Com esse apoio, poderá ampliar a escala dos testes e fazer avaliações de longo prazo. O objetivo agora é garantir que a tecnologia possa ser aplicada em larga escala. Para isso, ela precisa ser acessível, rentável e adaptável a diferentes mercados ao redor do mundo.
Se for validado e adotado em massa, esse novo concreto pode transformar a construção civil. O impacto vai além da técnica. Ele atinge o modelo de produção e o papel do setor na questão ambiental. A possibilidade de usar um material que captura CO₂, tem alta resistência e baixa emissão é um avanço real.
Algo que pode contribuir de forma concreta — sem trocadilhos — para reduzir os efeitos do aquecimento global. A proposta de Khanzadeh ainda está em fase de testes, mas os resultados iniciais são animadores. Um concreto mais forte, mais durável e mais limpo pode estar perto de se tornar realidade. E, se isso acontecer, a construção civil poderá dar um passo importante rumo a um futuro mais sustentável. Fonte: https://clickpetroleoegas.com.br/

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