Recentemente, um estudo realizado pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China alcançou um marco significativo ao desenvolver uma substância leve que rivaliza a força da madeira, ao mesmo tempo em que é altamente resistente ao fogo e à água. Para produzir essa madeira sintética, os pesquisadores, liderados pelo químico de materiais Shu-Hong Yu, incorporaram uma pequena quantidade de quitosana, um polissacarídeo presente no exoesqueleto de crustáceos, derivado das cascas de camarão e caranguejo, em uma solução de resina sintética (polimérica).
A solução foi submetida à liofilização, resultando em uma estrutura com poros e canais minúsculos suportados pela quitosana. Em seguida, a resina foi aquecida a temperaturas de até 200 graus Celsius para endurecê-la, formando ligações químicas robustas. O material final é tão resistente ao esmagamento quanto a madeira, com os poros e canais ainda menores, proporcionando uma maior resistência.
Além disso, as temperaturas mais altas durante o processo de cura aumentaram a adesão interna da resina e a força do material. Adicionalmente, os pesquisadores descobriram que a adição de fibras naturais ou artificiais à mistura pode melhorar ainda mais suas propriedades. Comparado à madeira natural, o novo material não requer o longo tempo de crescimento.
A madeira artificial demonstrou repelir facilmente a água, mantendo sua resistência mesmo após imersão em água e em banho ácido forte por 30 dias, enquanto a madeira balsa perdeu significativamente sua força e resistência à compressão em condições semelhantes. Quanto à resistência ao fogo, o material artificial mostrou-se altamente eficaz, extinguindo a chama quando removido do fogo durante testes.
Essa nova madeira sintética tem potencial para ser utilizada em embalagens robustas, graças à sua porosidade que permite a retenção de ar, tornando-a adequada para isolamento em construções. Alternativas mais sustentáveis para a resina polimérica também podem aumentar o interesse nesse material. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Science Advances https://www.science.org
Fonte: https://engenhariae.com.br