A sociedade brasileira está diante de uma grave crise de percepção onde a população, ou grande parte dela, não conhece a sua história, a sua cultura ou os potenciais que possui. Isso acaba gerando outros problemas como os ligados a gestão territorial que por sua vez refletem em outros sistemas, como o meio ambiente.
Tais fatos são complexos – assim como a sociedade – e até então eram tratados de forma simples, reducionista e analítica de forma que não se via a interação, as relações e as influências entre cada elemento da sociedade e do meio ambiente. Assim a solução dessa crise encontra um arcabouço teórico no pensamento complexo e na concepção sistêmica onde a abordagem simplista é extrapolada.
Uma boa gestão territorial não visa apenas o uso do solo, a extração de matérias primas e o consumo de água, mas enxerga e reconhece os patrimônios existentes, buscando o uso racional dos recursos e aproveitando as vocações identificadas neste espaço.
Quando tais conceitos não são observados ocorrem casos como o do estado de São Paulo onde sua população passou nos últimos anos por uma grave crise hídrica. A deficiência na gestão das políticas ambientais foi apontada como a grande responsável por este problema.
Assim, evidencia-se que a gestão dos recursos hídricos deve ser encarada como prioridade na agenda política e contextualizada em uma esfera mais ampla de gestão integrada de tais recursos naturais, dos patrimônios e recursos territoriais, o que pressupõe o conhecimento do território, neste caso uma bacia hidrográfica, considerada a unidade territorial adequada devido ao sistema ambiental homogêneo propiciado por suas características ecológicas.
O Blog “Gibah Rio Jundiaí” surgiu a partir da produção acadêmica de mestrandos e doutorandos sobre assuntos relacionados à Bacia do Rio Jundiaí, matriculados na disciplina “Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas”, ministrada pelo professor André Munhoz de Argollo Ferrão, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Com o intuito de analisar a gestão mencionada a partir do pensamento complexo e da concepção sistêmicas, diversas camadas de leitura devem ser estudadas, entre as quais: social; cultural; ambiental; econômicas e de governança, essa última compreendida pelas questões jurídicas e legais, políticas e institucionais.
Nesse projeto a ênfase foi dada às relações existentes entre os aspectos observados nessas camadas no território delimitado pela bacia hidrográfica do Rio Jundiaí, pertencente as Zonas 33 a 37 do plano das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – PCJ no estado de São Paulo, podendo ser melhor conhecido clicando aqui.
Fonte: Blog Gibah Rio Jundiaí
Foto: Prefeitura de Jundiaí