Dez dias de viagem, quatro países em dois continentes, e reuniões com representantes de fundos de investimentos, operadores de infraestrutura e fundos soberanos. Esse é o balanço de mais um roadshow do Governo Federal para apresentar resultados e o que ainda está por vir dentro do maior programa de concessões do mundo, de olho em atrair pelo menos R$ 260 bilhões de investimentos privados para o Brasil até o fim de 2022.
“Foi extremamente bem-sucedido e pudemos discutir os projetos de aeroportos, de mobilidade urbana, de saneamento básico, de rodovias, ferrovias autorizadas e as privatizações dos portos”, avaliou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que comandou a delegação presente na França, na Itália, na Espanha e nos Emirados Árabes Unidos. “A gente pode esperar novos leilões de sucesso e contratos que vão ajudar a transformar a logística brasileira”, completou.
Desde 2019 até aqui, 77 leilões de infraestrutura de transportes já foram realizados, gerando atração de quase R$ 90 bilhões de investimentos privados e expectativa de criar 1,2 milhão de postos de empregos ao longo dos próximos anos. A meta do Ministério da Infraestrutura é chegar ao fim de 2022 com pelo menos R$ 260 bilhões de investimentos contratados junto à iniciativa privada.
Neste sentido, está em andamento a Super Infra, uma nova temporada de leilões, que já realizou a relicitação da rodovia Dutra, junto com a Rio-Santos, para quase R$ 15 bilhões em novos investimentos, e dois arrendamentos de terminais portuários, atraindo outros R$ 220 milhões em ampliação e melhorias. Na próxima sexta-feira (19), acontece o maior leilão de arrendamento da história, com duas áreas destinadas a combustíveis no Porto de Santos (STS08 e STS08A) – a previsão é de R$ 1 bilhão de investimentos. E em dezembro, está prevista a disputa pelas BRs-381/262, entre Minas Gerais e Espírito Santo, com aporte de mais R$ 7 bilhões da iniciativa privada.
ÚLTIMA PARADA – O último dia da viagem foi marcado pela visita da delegação brasileira ao porto de Dubai para conhecer a operação automatizada de um terminal da DP World (Dubai Ports World), que, inclusive, já administra uma área no porto de Santos (SP). O grupo está presente em 74 localidades de 39 países. O diretor-presidente da Santos Port Authority, Fernando Biral, acompanhou o ministro Tarcísio Freitas. “Conhecemos uma tecnologia nova, super moderna, que reduz custos e que traz muita eficiência. Isso é prenúncio que no futuro a gente vai poder ter coisas semelhantes nos portos brasileiros para aumentar muito a nossa competititividade”, afirmou o ministro.
Dois dos projetos de desestatizações portuárias disponíveis na carteira de ativos do MInfra estão em estágio mais avançado: o da Companhia Docas do Espírito Santo/ES (Codesa) e do Porto Organizado de Santos (SP). O primeiro, já em fase avançada no Tribunal de Contas da União, estima mais de R$ 780 milhões em investimentos no porto da capital capixaba, enquanto o do porto de Santos, em reta final dos estudos de viabilidade, prevê até R$ 16 bilhões para torná-lo o maior do Hemisfério Sul.
A primeira parada do roadshow aconteceu em Paris (FRA), seguida de uma passagem para encontros em Milão (ITA), e, encerrando o trecho europeu, novas rodadas de reuniões em Madri (ESP). Na sequência, o ministro Tarcísio Freitas esteve com fundos soberanos nos Emirados Árabes, onde também participou do fórum Invest In Brazil e conheceu a Expo Dubai. Em outubro, o ministro já havia levado o roadshow aos Estados Unidos, onde se reuniu com mais de 40 executivos ligados ao setor durante cinco dias em Nova Iorque.
DE OLHO EM 2022 – Além dos leilões ainda planejados para este ano, os encontros no exterior discutiram o que está sendo preparado pelo MInfra para 2022. Ou seja, mais investimentos garantidos para o setor. Em especial, a sétima rodada de leilões de aviação, com a concessão de 16 aeroportos – entre eles, Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) –; as desestatizações portuárias da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e do Porto de Santos (SP); e de novos projetos rodoviários, como o das BRs 116, 493 e 465, entre Rio de Janeiro e Governador Valadares (MG), e do anel de integração do Paraná, com mais de R$ 44 bilhões em investimentos.
Fonte: Ministério da Infraestrutura