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Sistema da USP monitora cheia de rios e alerta possibilidade de enchentes

Para tentar minimizar danos e tragédias como a registrada recentemente no Rio Grande do Sul, o Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (USP), campus São Carlos, desenvolveu a patente de um Mecanismo de Monitoramento Remoto de Rios. “Prevenir essas enchentes seria ter uma obra de engenharia que impedisse que a enchente ocorresse. No caso desse sistema, ele é para monitoramento, para que, em situações de risco, você possa alertar a população ou acionar alguma estratégia de contenção de danos“, explica Caetano Ranieri, pós-doutorando da instituição.

Ranieri explica que a patente trata de um dispositivo mecânico, um painel, instalado na parede de um córrego e, através de uma câmera, coleta a imagem para reconhecer a altura do rio baseado nesse painel. “O rio fica conectado a uma rede móvel de monitoramento remoto para que as autoridades, quer seja a Defesa Civil ou outra organização, possam tomar as medidas cabíveis caso o nível do córrego se eleve rapidamente”, explica.

Conforme destaca Ranieri, o baixo custo de implementação e de manutenção é um ponto importante quando comparado a outros sistemas de monitoramento. Existem alguns de pressão, que são difíceis de instalar e precisam ficar submersos — além de estarem sujeitos ao assoreamento. Outros funcionam com ultrassom, colocados na superfície para medir a altura da coluna d’água, mas também são de difícil manutenção. “No nosso caso, uma vez que o painel esteja bem fixado à parede do córrego, a câmera dificilmente tem manutenção e você tem câmeras de vigilância com infravermelho na faixa dos R$ 400, muito mais barato do que um sensor ultrassônico e de pressão e muito mais fácil de encontrar e adquirir”, comenta o pesquisador.

Diferencial

No painel, a ideia desenvolvida por Ranieri também envolve microperfurações, já que “com elas você tem o depósito de alguns detritos, de impurezas, e esse painel acaba ficando mais sujo no lugar que tem mais água frequentemente”. Isso implica no modelamento de um melhor padrão de comportamento desse córrego.

Como já citado, é possível encontrar diversos tipos de sensores, bem como sistemas de medição. “Você encontra até comercialmente algumas soluções de visão computacional para fazer a medição do nível de água e de outros fluidos, mas essas aferições não têm a questão da modelagem natural do curso de água onde ele está instalado. Nesse sentido, nós temos esse diferencial da parte das microperfurações, que seria para aproveitar mesmo o comportamento do rio e modelar melhor o painel”, ressalta o pesquisador. Fonte: SP Notícias

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