Menos custos de produção
As baterias de estado sólido também custam menos para produzir e acumulam mais energia ocupando o mesmo espaço das baterias de íon-lítio, implicando em economia para as fabricantes e, consequentemente, para o bolso do consumidor. É esperado que a tecnologia comece a chegar aos automóveis a partir de 2024 e torne o carregamento dos EVs “quase tão prático quanto abastecer um tanque de gasolina”, dizem os pesquisadores.
Novidade para 2023
Uma das empresas que também está de olho na ideia é a ProLogium Technology, que apresentou seus avanços tecnológicos mais recentes em baterias de estado sólido no Salão Automóvel de Paris de 2022, um das principais feiras do mundo quando o assunto é inovação.
Como mencionados antes, essas baterias estão entre as mais promissoras em meio a transição mundial para a eletrificação, deixando os carros ainda mais seguros, práticos e duráveis. Sua maior densidade de energia também é crucial para melhorar o alcance, o que passa pelo uso do ânodo de silício. Nas baterias atuais, o silício raramente ocupa mais de 10% da composição do ânodo, devido à chance do componente inchar.
No entanto, a ProLogium, que possui nove anos de experiência no ramo, diz que está perto de superar essa limitação e pode se tornar a primeira fabricante de baterias do mundo a adotar o ânodo de óxido de silício 100%, aumentando a densidade de energia de 295-330 Wh/Kg para 695-770 Wh/Kg.
“A ProLogium provou mais uma vez sua capacidade de imaginar, projetar e desenvolver tecnologias inovadoras que permitem uma mobilidade sustentável”, disse Gilles Normand, Vice-Presidente Executivo de Desenvolvimento Internacional da ProLogium.
Segundo a empresa, as primeiras amostras do seu ânodo inovador estarão disponíveis em março de 2023, muito à frente do cronograma de produção estimado pela indústria automobilística, que previa a novidade entre 2025 e 2030.
Apesar do otimismo, a fabricação em larga escala pode ser mais complicada. As baterias de estado sólido se expandem demais e controlar a pressão pode ser uma tarefa difícil. “Estamos dobrando a densidade da energia, o que significa que a energia é muito alta, como uma bomba”, explicou Yoshiaki Nitta, líder do grupo de estratégia de baterias da Nissan, ao Popular Mechanics.
Por fim, ainda que algumas fabricantes projetem que a tecnologia diminuirá o gasto na montagem de EVs, alguns analistas ainda estão céticos. Segundo o Bloomberg, a alta demanda por metais como manganês, cobalto, níquel e ferro para a produção das unidades pode deixar os preços mais altos que o esperado.