Pela primeira vez, uma universidade brasileira ocupa a oitava posição no ranking – e a melhor da América Latina – segundo o UI GreenMetric World University Ranking 2023, divulgado nesta terça-feira, dia 5 de dezembro, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que está sendo realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. GreenMetric é uma rede global que reúne universidades de todo o mundo no desenvolvimento de projetos voltados à sustentabilidade ambiental nos próprios campi, na educação e pesquisas relacionadas ao tema e em ações promovidas junto à comunidade.
A USP subiu duas posições em relação ao ranking anterior. Nesta edição, das sete primeiras classificadas, seis são universidades europeias e uma é norte-americana. Os critérios de avaliação no ranking incluem a coleta de informações básicas sobre o tamanho da universidade e seu perfil de zoneamento, se urbano, suburbano ou rural; o grau de espaço verde, o consumo de eletricidade em relação à pegada de carbono; transporte, uso de água, gestão de resíduos, infraestrutura de configuração, energia e mudanças climáticas e programas de educação e pesquisa, políticas, ações e comunicação na área de sustentabilidade ambiental.
Nas primeiras posições estão a Universidade de Wageningen (Holanda), a Universidade Nottingham Trent (Reino Unido) e a Umwelt-Campus Birkenfeld (Alemanha). Entre as latino-americanas, depois da USP aparecem a Universidad Autónoma de Nuevo León (México), na 16ª posição, e a Universidad del Rosario (Colômbia), na 32ª. A Universidade Federal de Lavras (Ufla) é a segunda brasileira mais bem posicionada, na 40ª posição.
A superintendente de Gestão Ambiental da USP, Patricia Faga Iglecias Lemos, comemora o resultado uma vez que este é um ranking que leva em conta muitos fatores e avançar uma posição faz toda a diferença. ”Quanto mais perto do primeiro lugar chegamos, mais difícil fica, pois o ranking leva em conta desde o uso de energia, até recursos naturais, educação e pesquisa. Por isso, a equipe da SGA fez um esforço muito grande de planejamento e acompanhamento de ações, buscando avançar no ranking”, considera.
A professora destaca, também, o trabalho conjunto entre professores, funcionários e alunos, além do apoio da atual gestão da Reitoria para a USP ser realmente mais sustentável.
![](https://i0.wp.com/jornal.usp.br/wp-content/uploads/2023/12/20231205_patricia-faga.jpg?fit=1200%2C630&ssl=1)
GreenMetric
O UI GreenMetric World University Ranking foi criado pela Universidade da Indonésia (UI), em 2010. Na edição de 2023, 1.183 instituições foram avaliadas, de 85 países. A USP obteve 9.425 pontos dos 10 mil possíveis. Para o professor Tadeu Fabricio Malheiros, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), membro da SGA e responsável pelo preenchimento dos formulários do GreenMetric, a questão da sustentabilidade na USP já vem sendo implementada há muitos anos e dá como exemplo o USP Recicla, que tem mais de uma década. “A diversidade entre os campi e os contextos específicos de cada um permitem a possibilidade de experimentar ações bastante diversas e com o engajamento da comunidade como um todo, o que fortalece os indicadores e reflete a maturidade da Universidade nesse contexto”, afirma.
GreenMetric World University Ranking 2023
UNIVERSIDADE | PAÍS |
---|---|
1. Universidade de Wageningen | Holanda |
2. Universidade Nottingham Trent | Reino Unido |
3. Umwelt-Campus Birkenfeld – Universidade de Ciências Sociais Aplicadas Trier | Alemanha |
4. Universidade Groningen | Holanda |
5. Universidade da Califórnia, Davis | Estados Unidos |
6. Universidade College Cork | Irlanda |
7. Universidade de Nottingham | Reino Unido |
8. Universidade de São Paulo | Brasil |
9. Universidade de Connecticut | Estados Unidos |
10. Universidade Bremen | Alemanha |
Critérios para criar o ranking mundial de universidades
Energia e mudanças climáticas
Resíduos
Água
Programas de conservação e reúso de água, uso eficiente de aparelhos hidráulicos e água tratada
Transporte
Relação entre o total de veículos (carros e motos) dividido pela população do campus, serviços de transporte, política para veículos de emissão zero e número destes veículos em relação à população do campus, relação entre as áreas de estacionamento e a área total, programa para limitar ou reduzir as áreas de estacionamento nos últimos três anos, número de iniciativas para diminuir a quantidade de veículos particulares no campus e política para pedestres.
Educação
Ranking QS
A consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS) também divulgou hoje, dia 5 de dezembro, a classificação das instituições de ensino superior em relação às questões de sustentabilidade. Nesse ranking, que está em sua segunda edição, a USP ficou na 67ª posição entre 1.403 universidades avaliadas em todo o mundo. No ano passado, a USP ocupou a 34ª posição mundial.
O país com mais instituições classificadas são os Estados Unidos, com 210 universidades, seguido pelo Reino Unido, com 93, e a China, com 92. Entre as universidades latino-americanas, as três mais bem colocadas são a USP (67ª posição), a Universidade Nacional Autônoma do México (136ª) e a Universidade dos Andes (155ª). Ao todo, 34 universidades brasileiras entraram na lista. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aparece na 237ª posição e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, na 270ª.
O ranking QS Sustentabilidade considerou o desempenho das instituições em três grupos de indicadores: os de impacto social (empregabilidade dos estudantes, igualdade social e de gênero, qualidade de vida, impacto na área da educação e transferência de conhecimento); os de impacto ambiental (inserção de temas relacionados à sustentabilidade no ensino, comprometimento ambiental da instituição e pesquisas na área de sustentabilidade) e os relacionados à governança.