Ao longo da formação da Terra, a Amazônia foi um gigantesco campo de vulcões ativos. A atividade vulcânica foi constante na região por cerca de 300 milhões de anos, durante a era geológica conhecida como Paleoproterozóica. “Por causa da dificuldade de acesso, pouca gente se interessa em fazer pesquisa como essa na região”, afirma Carlos Marcello Dias Fernandes, geólogo do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará (UFPA)
Como Surgiu o Vulcanismo na Amazônia?
O geólogo Caetano Juliani, professor do Instituto de Geociências da USP, explica que o vulcanismo na região foi resultado de uma intensa movimentação da placa oceânica sob a camada continental. Essa atividade moldou não apenas o relevo, mas também a riqueza mineral da Amazônia. Um estudo do Instituto de Geociências da Unicamp, liderado por André Kunifoshita, analisou rochas da região e identificou evidências de uma antiga caldeira vulcânica na Província Mineral de Alta Floresta, que abrange partes do Mato Grosso e do Pará.
A pesquisa, publicada na revista Geoscience Frontiers, revelou que a Amazônia foi palco de três grandes períodos vulcânicos:
- Há 2 bilhões de anos
- Há 1,88 bilhões de anos
- Há 1,78 bilhões de anos
Segundo Kunifoshita, “Como estamos trabalhando com rochas muito antigas, não temos todas as evidências dessa formação. Coletamos pistas para desvendar o que ocorreu no passado.”
Além de revelar um passado geológico turbulento, essas pesquisas ajudam a entender a formação de depósitos minerais, como ouro e cobre, na região. O Vulcão Amazonas e outros vestígios vulcânicos mostram que a Amazônia não é apenas um santuário ecológico, mas também um arquivo geológico de valor inestimável. E, para quem se preocupa: não há risco de erupção. O Vulcão Amazonas está extinto há bilhões de anos, mas sua história continua viva nas rochas e nas pesquisas científicas. Fonte: https://revistaforum.com.br