Adesivo que fica no sutiã ajuda a detectar câncer de mama

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Adesivo que fica no sutiã ajuda a detectar câncer de mama

Até hoje, os exames realizados para rastrear o câncer de mama são basicamente a mamografia e o ultrassom. Mas no futuro isso poderá mudar. Inspirada pela batalha de sua tia contra a doença, Canan Dağdeviren, atual professora assistente de mídia e artes no MIT Media Lab, onde lidera o grupo de pesquisa Conformable Decoders, desenvolveu um monitor de ultrassom vestível que pode indicar a presença de células cancerígenas.
Seu projeto começou em 2015, quando soube da condição de sua tia. Na época, segundo a Wired, ela esboçou a ideia de um sutiã eletrônico com ultrassom incorporado que seria capaz de examinar os seios com mais frequência e detectar o câncer ainda no início, antes que tivesse a chance de se espalhar. Anos depois, Dağdeviren finalmente conseguiu transformar sua ideia em algo real, com a criação de um adesivo de ultrassom flexível e vestível que fica no bojo do sutiã, preso por ímãs.

Feito em impressora 3D, ele tem o formato de favo de mel, é do tamanho da palma da mão e se adapta ao formato do seio. Sua criação envolveu a miniaturização da tecnologia de ultrassom. Na prática, o dispositivo captura dados em tempo real, que podem ser enviados diretamente para um aplicativo no telefone da usuária. “Você pode coletar os dados enquanto toma seu café”, comentou a professora, acrescentando que a inovação tem potencial para salvar 12 milhões de vidas por ano.

O primeiro artigo sobre o trabalho foi publicado em julho de 2023 na revista Science Advances. Nele, Dağdeviren e sua equipe demonstraram que o scanner poderia detectar cistos de até 0,3 centímetros de diâmetro nos seios de uma mulher de 71 anos. Agora, eles estão se preparando para realizar um teste com mais participantes, com a ajuda de mulheres da equipe do MIT. A professora acredita que a tecnologia não será limitada ao câncer de mama, já que o restante do corpo humano também pode ser rastreado.

Para os próximos anos, estão nos planos da cientista abrir a sua própria empresa e, assim que o dispositivo for aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), licenciá-lo para sistemas de saúde. Sua meta é que ele chegue até mulheres de alto risco como ela, que têm histórico familiar de câncer de mama, e populações femininas desfavorecidas, como mulheres negras, pardas e de países mais pobres.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com

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