Sorocaba terminou 2023 com aumento de 319,43% no número de casos de dengue em relação ao ano anterior. Segundo dados da Prefeitura de Sorocaba, foram 4.618 confirmações no ano passado contra 1.101 em 2022. As mortes pela doença também tiveram aumento de 200% no mesmo período. Passou de um óbito dois anos atrás para três em 2023. No momento, não há óbitos em investigação na cidade. Já em 2021, no total, a cidade registrou 1.224 casos de dengue e nenhum óbito.
O bairros de Sorocaba que registraram mais casos de dengue no ano passado estão localizados nas zonas norte e oeste. Coincidentemente, essas são as regiões mais populosas da cidade. Para evitar que o número de casos da doença continue crescendo em 2024, a Prefeitura de Sorocaba informa que está intensificando os trabalhos com a criação de uma força-tarefa.
A equipe conta com três caminhões para a retirada de materiais que possam acumular água e serem potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti, que além da dengue também transmite outras arboviroses como chikungunya, zika e febre amarela. “Uma das principais atividades de prevenção e controle das arboviroses é o bloqueio de casos positivos, ou suspeitos, em que as equipes de agentes da Divisão de Zoonoses realizam visitas nos imóveis ao redor. Essas visitas têm o objetivo de bloquear a transmissão das doenças por meio da redução da infestação do vetor, remoção e/ou tratamento de possíveis criadouros, orientação da população sobre sinais e sintomas das doenças e formas de prevenção e, ainda, buscar identificar novos casos das doenças”, reforça a gestão sorocabana.
Outra ação complementar à atividade de bloqueio é a aplicação de veneno, conhecida como “nebulização”. Esse trabalho visa diminuir a infestação de mosquitos adultos possivelmente infectados. A aplicação de veneno só pode ser realizada quando há constatação de um caso positivo ou suspeito de arbovirose na região delimitada, ou seja, não pode ser realizada de forma rotineira. De acordo com a Zoonoses, o uso do veneno deve ser feito com critério técnico, para se evitar danos ao meio ambiente e resistência do Aedes aegypti ao princípio ativo.
Casa a casa
Para a prevenção e controle do vetor Aedes aegypti também existe o programa “Casa a casa”, que consiste na visitação dos imóveis com o intuito de reduzir a infestação do vetor pela remoção e/ou tratamento de possíveis criadouros, conscientização e orientação da população. Essas são visitas de rotina. “É preciso manter as lixeiras tampadas com os sacos plásticos bem fechados. Os munícipes devem guardar os pneus secos em local coberto. Garrafas, frascos, potes, latas vazias e baldes descartáveis devem ser colocados no lixo ou vazios e virados de boca para baixo, igualmente em local coberto. Manter ralos com pouco uso fechados e depositar uma colher de detergente ou sabão em pó. Após cada chuva ou ao lavar o quintal, repetir esse tratamento”, destaca a administração municipal.
Todos os pratos de vasos de plantas ou xaxins, dentro ou fora da casa, devem ser eliminados, pois acumulam água e são um dos criadouros mais frequentes do mosquito. No caso de bromélias ou outras plantas que possam acumular água, o indicado é plantar em local coberto e molhar somente a terra, pois esse tipo de planta acumula água e pode servir de criadouro para o mosquito.
Vasilhas de água para animais domésticos devem ser escovadas com bucha e sabão todos os dias e ter a água trocada, para eliminar possíveis ovos do mosquito. Além disso, as caixas d’água devem estar sempre tampadas e bem vedadas. Também, não se esquecer de colocar tela nos ralos e saídas do “ladrão”, pois o mosquito pode entrar por esses locais e depositar seus ovos.
Para as bandejas de geladeiras, a recomendação é retirar sempre a água e escovar com água e sabão, deixando 1/4 de copo de detergente ou duas colheres de sabão em pó. Piscinas de grande e médio porte deverão ser tratadas com cloro em quantidade adequada para o tamanho. Caso estejam vazias, coloca-se 1 kg de sabão em pó no ponto mais fundo. As piscinas para crianças deverão ser escovadas e ter sua água trocada a cada dois dias. Nas lajes, deve-se retirar a água acumulada e providenciar para que ela tenha um desnível em direção ao cano de esgoto.
É importante verificar ainda se as calhas estão entupidas. Remova folhas ou outros materiais que possam impedir o escoamento da água e mantenha a calha com um pequeno desnível em direção ao cano. Denúncias sobre criadouros de Aedes aegypti podem ser feitas por meio do telefone 156 ou pelo site da Prefeitura: http://www.sorocaba.sp.gov.br/atendimento/#/Home/Solicitacao ou, ainda, em uma das Casas do Cidadão. Também é possível registrar a ocorrência pelo WhatsApp da Ouvidoria Geral do Município — (15) 99129-2426 –, das 8h às 17h.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul