Um enigma tem intrigado moradores de Vila Prudente, em São Paulo. Diversas residências da região estão apresentando um acúmulo inexplicável de energia elétrica, sendo sentido principalmente em pisos e corrimãos de escadas. Moradores relataram a jornalistas terem tomado choques dentro de casa ou sentindo o chão nos interiores do imóvel mais quente do que o normal. Temendo por sua segurança, chamaram as autoridades e pediram abertura de investigação. Mas será que essa situação alarmante tem alguma explicação de engenharia?
Vários moradores de Vila Prudente perceberam um dia que paredes, pisos e corrimãos, além de outras estruturas metálicas de suas casas apresentavam um calor excessivo. Intrigados, alguns resolveram investigar por conta própria a origem do problema. Chegou-se a utilizar equipamentos de detecção de correntes elétricas, que constatam que, de fato, as superfícies estavam energizadas.
Ao discutir a situação com a vizinhança, foi revelado que o caso não era isolado; na verdade, muitos estavam enfrentando o mesmo problema. Então, a justificativa que alguns ouviram no telefone, quando ligaram para as autoridades, de que o problema era nos seus imóveis, já não se sustentava mais. A notícia se espalhou e logo foi notícia na televisão.
A comunidade se mobilizou e relatou os problemas às autoridades competentes, levando a defesa Civil e técnicas da Enel, concessionária de energia elétrica responsável pela distribuição na região, a realizarem uma análise detalhada nas zonas afetadas. Eles inspecionaram as casas, mas não foram encontrados vazamentos evidentes nas instalações elétricas, nem falhas nos transformadores locais. Então, a origem da energia acumulada continua desconhecida e o problema permaneceu.
Imagem reproduzida de Balanço Geral em YouTube
As possíveis causas do acúmulo de energia
Chamou atenção dos moradores de Vila Prudente a realização de uma obra nas proximidades dos imóveis com pisos e corrimãos com acúmulo de energia. Então, por conta disso, a primeira suspeita era que algum tipo de interferência eletromagnética ou falha no isolamento dos equipamentos de construção havia causado o fenômeno. Lembrando que obras desse tipo envolvem o uso de máquinas pesadas e geradores de alta potência, que podem causar distúrbios na rede elétrica.
Infelizmente, nenhuma teoria foi confirmada pelas autoridades. Mesmo assim, especialistas em engenharia elétrica sugeriram várias causas desse acúmulo de eletricidade que poderiam ser possíveis a partir de uma combinação de fatores. São elas: presença de cabos mal instalados – que ficaram expostos por conta de movimentação no solo; falta de aterramento de sistemas elétricos – permitindo que a eletricidade se acumule em superfícies metálicas, como pisos e corrimãos; alteração de estruturas durante construções e reformas – afetando a fiação elétrica existente, causando falhas e acúmulo de energia; utilização de equipamentos elétricos danificados ou mal instalados – resultando em vazamentos de corrente; proximidade com linhas de tensão – causando a indução eletromagnética nas redes elétricas das casas e gerando um excesso de energia acumulada; falhas geológicas – com solo enriquecido com presença de minerais condutores criando campos elétricos naturais, amplificados por fatores externos; atividade solar intensa – uma hipótese menos provável, influenciando o campo magnético da Terra e causando anomalias elétricas pontuais.
Medidas temporárias e o futuro dos moradores
É claro que a situação não pode ficar por aí, já que ela está impactando demais a vida dos moradores de Vila Prudente. Muitos deixaram as suas casas temporariamente, buscando abrigo em locais mais seguros, como casas de parentes e abrigos fornecidos pela prefeitura. A Defesa Civil recomendou cortar provisoriamente a energia dos imóveis afetados, o que trouxe mais inconvenientes e dores de cabeça para as famílias.
Por hora, o indicado é evitar contato com os pisos e corrimãos que apresentaram acúmulo de eletricidade e calor. Ademais, deslizar os disjuntores e monitorar a temperatura das superfícies com termômetros ou equipamentos de medição. Os riscos são de choques elétricos, queimaduras leves e até arritmias cardíacas fatais, dependendo da intensidade das correntes, além de incêndios.
Especialistas em elétrica estão sendo convocados para auxiliar nas investigações. Mas, independente do desfecho, esse caso serve de lembrete da importância de se seguir as normas rígidas de segurança para as obras; usar materiais de boa qualidade; realizar instalação de sistemas de aterramento robustos; e fazer manutenção preventiva nas edificações, com substituição de cabos elétricos antigos. Para as autoridades competentes fica a tarefa de impor normas mais rigorosas e fiscalizar as construções civis. Já para os moradores, a situação reforça a importância de reportar rapidamente qualquer anomalia percebida em suas residências para evitar riscos maiores. Fonte: https://engenharia360.com