Há algum tempo, descobri o porquê da ligação de São Brás com a dor de garganta. Conta-se que no século XIV os habitantes da Europa viviam atormentados por guerras, crises e pragas. Para consolo dos desesperados, apareceu no sul da Alemanha uma imagem com quatorze santos, que acabou sendo difundida em alguns países, especialmente na Hungria e Itália. Era a imagem dos chamados Santos Auxiliadores. Vejamos quem são eles e suas respectivas especialidades: Acácio, para medos e dúvidas; Egídio, para uma boa confissão; Bárbara, para os moribundos; Brás, para os males da garganta; Cristóvão, contra a morte inesperada; Ciríaco, contra a contestação na hora da morte; Dionísio, para a dor de cabeça; Erasmo, para as dores do corpo; Eustáquio, para as horas difíceis; Jorge, para eliminar as pragas de animais domésticos; Catarina, para os males da língua e dificuldades da fala; Margarida, padroeira das parturientes; Pantaleão, padroeiro dos médicos, e São Vito, contra a epilepsia.
Vamos resumir a história de São Brás. Ele nasceu na Armênia, no final do século III. Estudou medicina, mas por razões políticas acabou sendo perseguido por Licínio, imperador do Oriente e cunhado de Constantino, imperador do Ocidente. Licínio, um individuo maldoso e cruel, acabou condenando São Brás à morte. Conta-se que este, pouco antes de ser decapitado, olhou para o céu e salvou uma criança que estava morrendo engasgada com uma espinha de peixe na garganta e que lhe fora trazida pela mãe.
Pela internet aprendi que São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Anglicana). Imortalizado no conto em que mata um dragão, é considerado como um dos mais proeminentes santos militares. É o santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, e Catalunha, Lituânia e da cidade de Moscou.
No Novo Testamento, Mateus define a árvore genealógica de Cristo em três vezes quatorze gerações: de Abrão a Davi, de Davi até o cativeiro na Babilônia e desse cativeiro até Jesus. Por isso, muitos consideram 14 o número de Davi e também o de Cristo. Talvez seja essa a razão de, na Basílica Natividade, uma estrela de quatorze pontas demarcar o lugar em que provavelmente Jesus nasceu.
O 14 também é associado pelos católicos com o caminho das procissões por ser esse o número das estações na Via Crucis. Enfim, para muita gente o quatorze simboliza auxílio, bondade e misericórdia. Certamente o décimo-quarto salário também seria de grande ajuda.
Adalberto Nascimento
(⭐6/6/1946 | ➕1/7/2019)
Engenheiro civil graduado pela Poli-USP (1972), pós-graduado na área de Transportes, atuou como engenheiro, consultor e professor universitário.
Foi o associado n.º 1 da AEASMS, servidor municipal de carreira, ex-secretário de Edificações e Urbanismo (1983/88), de Transportes e presidente da Urbes (1993/96).
Escritor, autor de livros de crônicas e curiosidades matemáticas e membro da Academia Sorocabana de Letras. Além de publicados pelo jornal Cruzeiro do Sul, entre outros veículos, seus artigos ilustraram e continuam ilustrando o conteúdo deste site “Coluna do Dal e Desafio do Prof.º Dal”.