Em 29 de maio de 1998, ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi inaugurada uma das obras mais impressionantes de engenharia do Brasil, marco na integração de modais de transporte, a Ponte Rollemberg-Vuolo. A mesma tem 3.700 metros de extensão e conecta os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Confira neste artigo do Engenharia 360 mais informações sobre essa construção de ponte rodoferroviária que tanto transformou o transporte do país!
A ideia da construção da Ponte Rollemberg-Vuolo partiu da necessidade de se ter uma maior integração entre as regiões brasileiras, especialmente na fronteira com o Rio Paraná. Mas, embora sua obra só tenha começado em 1991, os planos já vinham sendo trabalhados desde 1901, quando o escritor Euclides da Cunha defendeu em um artigo que era preciso ter uma infraestrutura melhor que promovesse o desenvolvimento nacional.
Imagem de Cacobianchi em Wikipédia
Em 1974, o deputado federal Vicente Vuolo apresentou o primeiro projeto concreto para a construção da ponte. Depois disso, foram anos de planejamento e adiamentos. E só na administração do então governador de São Paulo em 1991, Orestes Quércia, é que a coisa foi para frente.
A obra levou sete anos para ser concluída e custou, no total, R$ 550 milhões via financiamento da União pelo Estado. Algumas fontes, como a Folha de SP em reportagem de 2005, indicam que o custo final chegou mesmo a R$ 586,3 milhões. Finalmente em 1998, uma cerimônia, com direito a presença do presidente e de outras autoridades, foi realizada para marcar a finalização da Ponte Rollemberg-Vuolo. Sua inauguração consolidou um feito de engenharia que superou barreiras políticas, de planejamento e de execução repletas de desafios financeiros, geográficos e técnicos.
Principais características
Como dito no começo deste texto, a Ponte Rollemberg-Vuolo é a primeira ponte do Brasil a integrar sistemas rodoviários e ferroviários em uma única estrutura e, além disso, é a maior ponte fluvial do país. Sua estrutura é mista, projetada para atender diferentes tipos de tráfego, suportando veículos de passeio, motocicletas, pedestres, ciclistas e composições ferroviárias – são quatro faixas de rolamento na parte superior para veículos rodoviários e uma via ferroviária na parte inferior. Por tudo isso, a obra é considerada exemplo de solução multimodal que promove a eficiência e a sustentabilidade no transporte.
Vale destacar que essa ponte tem 26 metros de altura e 18 metros de largura; cada um dos seus vão têm 100 metros. Para erguê-la, os engenheiros precisaram recorrer a técnicas avançadas de construção, a exemplo de uma plataforma flutuante alemã. Ademais, foram utilizados materiais modernos e técnicas inovadoras que garantiram não apenas funcionalidade da obra, mas também sua durabilidade e segurança.
Imagem divulgação Câmara municipal de Rubinéia via Rota Bioceânica
O impacto econômico e social
A Ponte Deputado Roberto Rollemberg – nome oficial Ponte Senador Vicente Vuolo – recebeu tal nome, conforme a Lei 10.570 de 21 de novembro de 2002, em homenagem às contribuições feitas para viabilização do empreendimento. Além do impacto político, o impacto financeiro da obra na região é notável, facilitando o escoamento de produtos agrícolas e outros bens entre os estados conectados e além. Enfim, sua função multimodal reduz o tempo de transporte e promove melhora a logística, favorecendo o crescimento econômico do centro-oeste brasileiro. Só para se ter uma ideia, antes da inauguração da Ponte Rollemberg-Vuolo, a travessia do Rio Paraná era realizada por balsas, algo que levava até uma hora e meia dependendo das condições climáticas. Agora, o mesmo trajeto é percorrido em menos de cinco minutos. Por conta disso, houve um aumento de fluxo de pessoas (inclusive turistas) e mercadorias na região.
Imagem de 94lucasdias em Wikimapia
As recentes restaurações e manutenções
Atualmente, os serviços de manutenção da Ponte Rollemberg-Vuolo são realizados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pela empresa ALL Rumo. Em 2022, houve uma grande restauração na estrutura para reposição de luminárias. O projeto, do Estado do Mato Grosso do Sul, visou a segurança e funcionalidade da estrutura, além de melhorar a visibilidade noturna e a experiência de travessia. Iniciativas como essa são fundamentais para garantir que a infraestrutura atenda às necessidades atuais sem comprometer os recursos futuros. Fonte: https://engenharia360.com