Nos últimos anos, assistimos com grande surpresa o salto da Inteligência Artificial, que deixou de ser uma promessa futurista para se tornar uma realidade presente e transformadora. Já em 2024, começamos sentir com mais força o grande impacto dessa tecnologia nas profissões de engenharia. Então, passamos a nos perguntar até que ponto a IA substituirá os profissionais humanos e quais setores profissionais estão mais vulneráveis a essa revolução tecnológica. E sabe quem pode responder a estas perguntas? O empresário Bill Gates.
Bill é um dos maiores visionários da tecnologia e recentemente compartilhou, em uma entrevista ao programa The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, da NBC de Nova Iorque, sua visão sobre o futuro das profissões. Segundo ele, a Inteligência Artificial vai transformar profundamente o mercado de trabalho, substituindo os humanos em várias funções – embora com algumas exceções. E felizmente, nas suas previsões, uma das engenharias pode estar entre as menos afetadas.
O cenário atual da IA e o mercado de trabalho
Num passado não muito distante, a IA atuava de modo restrito em tarefas simples, como resposta a perguntas em chats automáticos. Mas hoje suas ações já se estendem a atividades ligadas à medicina, agricultura, logística e até desenvolvimento de softwares. E especialmente na engenharia, essa ferramenta está se tornando pouco a pouco grande aliada, ajudando a aumentar a produtividade e eficiência.
Especialistas de mercado esclarecem que não é tão simples responder neste momento quais profissões sobreviverão e quais serão substituídas pelas inteligências. Tudo vai depender do grau de complexidade, criatividade, empatia e tomada de decisão crítica envolvida em cada função. Fato é que há áreas onde a presença humana será sempre indispensável – principalmente aquelas que envolvem decisões delicadas e imprevisíveis. Mas será que isso inclui gestão de energia, considerando o mundo como vem sofrendo com as mudanças climáticas?
Segundo Gates, uma grande quantidade de tarefas que hoje exigem conhecimento técnico e até tomadas de decisão serão totalmente executadas pelas inteligências artificiais. Essa mudança deve ser testemunhada de forma acelerada na próxima década. E o empresário ainda fez um alerta específico para as engenharias, destacando que uma área pode estar entre as poucas a manter seu espaço diante das máquinas: a Engenharia de Energia.
Razões que colocariam a Engenharia de Energia em risco com a IA
- Alta capacidade da IA para análise de grandes volumes de dados
- Automação crescente na gestão de usinas, redes elétricas e represas
- IA pode prever demandas, falhas e otimizar processos energéticos
- Redução das tarefas rotineiras e analíticas para engenheiros
- Dependência crescente de redes elétricas inteligentes (smart grids)
- Modelagem climática avançada feita pela IA para simulações energéticas
- Risco de perda de espaço para sistemas inteligentes se profissionais não se adaptarem
- Necessidade de competências humanas além da análise de dados, como liderança e inovação
- Limitações da IA na tomada de decisões estratégicas e críticas que envolvem fatores sociais, econômicos e ambientais
Primeiro, o pensamento crítico e o julgamento ético que ajuda a decidir no momento de abrir ou fechar uma comporta de uma represa, ou desligar uma usina, por exemplo. Tem também as situações emergenciais, que exigem respostas que vão além do que os algoritmos conseguem prever. E muitos setores energéticos são fortemente regulados, exigindo responsabilidade legal, algo que não pode ser transferido a uma tecnologia.
Não tem jeito! Além da Engenharia de Energia, todas as outras engenharias devem ser impactadas pela transformação digital provocada pela Inteligência Artificial. Curiosamente, até os profissionais que trabalham diretamente com tecnologia de programação estão vendo suas funções parcialmente substituídas por IA que escreve códigos de forma autônoma.
Os engenheiros de produção já estão acostumados com a automação, que vem crescendo nos processos industriais, especialmente em linhas de montagem, logística e controle de qualidade. Agora, as áreas como civil e mecânica sentirão o impacto em tarefas repetitivas, como o designer assistido por computador, simulações e monitoramento de obras.
Dicas para engenheiros se prepararem para o futuro
É interessante que, no geral, Bill Gates sempre tenta adotar uma visão otimista em seus discursos. Ele sempre cita como a IA deve ser encarada como uma aliada dos profissionais – pelo menos daqueles que souberem utilizar esse tipo de ferramenta ao seu favor no mercado. Então, dito isso, os engenheiros precisam aprender a trabalhar com as inteligências e não contra ela.
Veja como: investir em capacitação contínua, com foco em IA, análise de dados, sustentabilidade e gestão de projetos; desenvolver habilidades humanas únicas, como criatividade, empatia, liderança e pensamento crítico; trabalhar em colaboração com a IA, utilizando ferramentas inteligentes para potencializar o desempenho; aprender sobre Inteligência Artificial por meio de cursos online aplicados à engenharia; desenvolver soft skills, especialmente pensamento crítico, empatia e gestão de pessoas; manter-se atualizado sobre as rápidas mudanças tecnológicas e adaptar-se às novas ferramentas de IA para obter vantagem competitiva. Fonte: https://engenharia360.com