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PIB da construção brasileira terá crescimento mais tímido em 2018

Após análise dos indicadores setoriais do primeiro trimestre, FGV e SindusCon-SP revisaram projeção de crescimento de 1% para pouco mais de 0% neste ano

 

Análises dos indicadores setoriais do primeiro trimestre apontam para uma revisão, para baixo, das expectativas sobre o PIB da construção brasileira em 2018. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), o crescimento do setor no País deve ser pouco maior do que 0%, e não mais 1%, como estimavam anteriormente. Os resultados são puxados, principalmente, pelo segmento de obras de reformas e autoconstrução.

Eduardo Zaidan, vice-presidente da Economia do SindusCon-SP e coordenador da reunião de conjuntura econômica da entidade, realizada no último dia 15/5, fez previsões pouco otimistas para os próximos 18 meses com base no resultado do PIB. “A construção depende dos investimentos da economia e, mesmo que o próximo governo consiga elevar o nível da atividade econômica, ainda demorará para o setor reagir”. Para Zaidan, a melhora da economia e o fortalecimento da indústria da construção dependem de uma série de reformas infraconstitucionais que devem durar o tempo do próximo mandato presidencial.

Por outro lado, apesar de ainda continuar demitindo, o setor da construção tem feito isso com menos intensidade no último ano. Os dados apresentados por Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do Ibre/FGV, mostram que nos doze meses encerrados em março de 2018, 76 mil postos de trabalho deixaram de existir, contra 454 mil no período anterior. Por segmento, todos tiveram baixa no primeiro trimestre, exceto o de Engenharia e Arquitetura, que cresceu 2,42%. Na mesma comparação, o número de unidades vendidas na Região Metropolitana de São Paulo cresceu 102%.

Ana Maria também questionou o anúncio da Caixa de que destinará menos recursos para financiamentos habitacionais do que o previsto no orçamento para a habitação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. O banco prevê investimentos de R$ 30 bilhões, valor inferior aos R$ 69,5 bilhões do orçamento do FGTS. “Isto coloca seriamente em risco a contratação das anunciadas 650 mil unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, especialmente as 130 mil aí incluídas, destinadas à faixa 1 (famílias com renda mensal de até R$ 1.800) ”, avaliou.

Texto: Nathalia Lopes
Fonte Revista AECWeb
Foto: Sergej Pushkin / Shutterstock

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