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São Vicente prepara a maior obra de prevenção contra enchentes do país

Tudo o que vem ocorrendo na década de 2020 prova que estamos à beira do abismo. As mudanças climáticas acontecem de modo mais acelerado do que os cientistas previram e as consequências são desastrosas. Como as enchentes de 2023 e 2024 no Rio Grande do Sul, que tiraram do mapa cidades inteiras. E esse desafio é enfrentado também por outras cidades brasileiras – já não é mais questão de ‘se’, mas ‘quando’.
A prefeitura de São Vicente, no litoral de São Paulo, em benefício de seus moradores, está tentando correr na frente, executando a maior obra de prevenção contra enchentes do país. A proposta é ousada – envolvendo reestruturação de canais e instalação de comportas em locais estratégicos -, exigindo investimentos robustos. Mas será que vale a pena? Veja a seguir, neste artigo do Engenharia 360!

MAIOR obra contra enchentesImagem de Ideogram reproduzida de Diário do Litoral

A transformação

A cidade de São Vicente tem sofrido com enchentes recorrentes. Bairros como Cidade Náutica, Vila Fátima, Pompeba, Jóquei e Tancredo são especialmente os mais afetados com alagamentos durante os períodos de chuvas intensas ou maré alta. O comprometimento econômico e social tornou ainda mais urgente a necessidade de uma solução eficaz para sanar ou mitigar o problema. Assim surgiu uma das propostas mais ambiciosas da engenharia brasileira, o maior projeto de infraestrutura do país, que promete revolucionar o cenário urbano e transformar a qualidade de vida dos moradores da Baixada Santista.
O projeto em andamento em São Vicente inclui: reestruturação do canal central (o da Av. Eduardo Souto está sendo ampliado de seis para dez metros de largura e sua profundidade aumentada de 1,5 para 2,5 metros; instalação de comportas em oito locais estratégicos: Castelo Branco, Pompeba, Dique das Caixetas, Beira Jóquei, Sambaiatuba, Dique do Piçarro, Caminho da Divisa e Sambaiatuba 2; reurbanização das áreas afetadas — as ruas ao redor do canal estão recebendo novas interligações de microdrenagem, asfaltamento e modernização das calçadas.

MAIOR obra contra enchentesImagem de imprensa de São Vicente reproduzida de th+ Play
MAIOR obra contra enchentesImagem reproduzida de Click Petróleo e Gás

A saber, a ampliação e reestruturação do canal central já está 85% concluída. Ele passou de 6 a 10 metros de largura, enquanto a profundidade aumentou de 1,5 para 2,5 metros. Essas modificações possibilitarão uma maior capacidade de escoamento, reduzindo significativamente o impacto das chuvas intensas e das marés altas. A prefeitura de São Vicente ainda estuda expandir o alcance do projeto, com estudos indicando a necessidade não só de comportas, mas estações elevatórias em outros 16 pontos da cidade.

MAIOR obra contra enchentesImagem divulgação Prefeitura de São Vicente via Costa Norte

O papel das comportas

A instalação de comportas deve acontecer nos locais mais críticos. O objetivo é controlar o fluxo de água, impedindo que ela invada os bairros de São Vicente. Quando finalizadas, as estruturas deverão reduzir em até 80% os alagamentos nas áreas contempladas, beneficiando milhares de moradores. E com menos alagamentos, as condições sanitárias melhoram, os riscos à saúde pública diminuem e a valorização imobiliária deve aumentar, atraindo novos investimentos.

O futuro de São Vicente

Para a execução do projeto de São Vicente, o Governo do Estado de São Paulo destinou R$ 45 milhões. Desses recursos, R$ 30 milhões são voltados para propostas de drenagem, enquanto o restante para reurbanização e outras melhorias. Ruas próximas ao canal devem receber nova pavimentação e iluminação, calçadas modernizadas e melhorias na microdrenagem.
Todas essas mudanças devem oferecer mais segurança para a população e atrativos para investidores.
Embora esse caso possa ser um case de sucesso na engenharia, especialistas questionam sobre a possibilidade do plano ser replicado em outras localidades brasileiras. Fato é que não se pode ignorar o histórico déficit de infraestrutura no país.
E, nesse caso, talvez a única saída seja o governo apostar mais nas tecnologias de engenharia e seu poder de transformar realidades em regiões vulneráveis. A sustentabilidade das soluções implementadas deve ser uma prioridade contínua. Isso inclui não apenas a manutenção das obras realizadas, mas também o monitoramento constante das condições climáticas e do uso do solo na região. Fonte: https://engenharia360.com

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