Engenheiros de países de língua portuguesa debatem o pós-pandemia

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Engenheiros de países de língua portuguesa debatem o pós-pandemia

A ciência e o conhecimento são refúgio contra o desconhecido. Isso tem sido visto na atual crise sanitária, quando a Engenharia, por exemplo, contribui diretamente para o desenvolvimento de vacinas em curto prazo. Os líderes desse segmento no Brasil, Portugal, Angola e Cabo Verde estão atentos aos desafios do momento. Durante o último dia da Soea Connect, eles participaram do painel “Engenharia mundial no pós-pandemia”.

Ao abrir o debate, o anfitrião eng. civ. Joel Krüger observou que as mudanças estão sendo significativas nas relações pessoais e de trabalho. “A Engenharia e a tecnologia são o pano de fundo desse mundo cada vez mais virtual, marcado por novas realidades e condições”, comentou o presidente do Confea, ressaltando a necessidade de atuação conjunta frente a uma crise que é mundial. “A ciência não pode ter fronteiras e é esse conceito que adotamos em nossos acordos de reciprocidade e mobilidade de profissionais, como já acontece com Portugal e está prestes a ser consolidado com Angola e Cabo Verde”, disse.

Joel Krüger

A expectativa da sociedade é grande em relação às entregas de infraestrutura e saneamento, segundo o bastonário da Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP). “São muitos desafios. Basta olhar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas, para ver quais os problemas a serem resolvidos: erradicar pobreza, ter água potável, saneamento, energia limpa e acessível”, listou o eng. civ. Carlos Mineiro Aires. A elaboração de respostas, para ele, depende de repensar as economias e a forma de coabitar o mundo, apostar na educação e na transição energética, ter consciência da finitude dos recursos naturais e, acima de tudo, agir com solidariedade. “Temos que olhar para outras nações e trabalhar em colaboração”, afirmou.

Carlos Mineiro Aires

 

As soluções, na avaliação do dirigente da Ordem dos Engenheiros de Angola (OEA), devem permitir o exercício normal das atividades com segurança, não importando o local. “O papel decisivo da Engenharia é disponibilizar experiências transformadoras e sustentáveis, e encontrar meios para que as populações possam se beneficiar de energia, água potável, saneamento básico e habitação a custos não proibitivos”, reforçou o eng. minas Augusto Paulino de Almeida Neto.

Augusto Paulino de Almeida Neto

 

Alterações climáticas e escassez de água para consumo humano e agricultura são dois problemas que ficaram evidentes neste período de pandemia, de acordo com o bastonário da Ordem dos Engenheiros de Cabo Verde. “As atividades econômicas e a concorrência agressiva entre os países desenvolvidos devem dar lugar à cooperação e ao bilateralismo, visto que todos os países já sentiram os efeitos das alterações climáticas; não são, pois, coisas que acontecem somente em países subdesenvolvidos longínquos”, alertou o eng. agr. Carlos Alberto Sousa Monteiro.

Carlos Alberto Sousa Monteiro

 

Outro recurso que se mostrou fundamental em tempos de digitalização e teletrabalho foi a energia elétrica, como lembrou Daniel Sobrinho, conselheiro federal que moderou o painel. “A geração e o armazenamento de energia renovável são fundamentais neste momento muito delicado, em que a matriz energética brasileira é baseada nas hidrelétricas. A energia solar hoje atinge apenas 0,6% dos clientes no Brasil e tem muito o que evoluir ainda”, disse o engenheiro eletricista, ao mencionar que o Sistema Confea/Crea tem defendido os avanços da produção de energia limpa, junto a entidades e outros órgãos públicos.

Daniel Sobrinho

Fonte: Confea

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